POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS
POESIA SEMPRE. Número 31 – Ano 15 / 2009. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Ministério da Cultura. 2009. 217 p. ilus. col. Editor Marco Lucchesi. Ex. bibl. Antonio Miranda
POESIA MÍSTICA
CÂNTICO DOS CÂNTICOS
(excertos)
Levanta-te, minha amada,
Minha rola, minha bela, e vem!
0 inverno passou,
As chuvas cessaram e já se foram.
Aparecem as flores do campo,
Chegou o tempo da poda,
A rola já faz ouvir seu canto
Em nossa terra.
A figueira produz seus primeiros figos,
Soltam perfumes as vinhas em flor.
Levanta-te, minha amada,
Minha bela, e vem!
Minha rola, que moras nas fendas da rocha,
No esconderijo escarpado,
Mostra-me o teu rosto
E a tua voz ressoe aos meus ouvidos,
Pois a tua voz é suave
E o teu rosto é lindo!
*
Como a macieira entre as árvores dos
bosques,
Assim é o meu amado, entre os moços.
A sombra de quem eu tanto desejara
me sentei,
e seu fruto é doce ao meu paladar.
Ele me introduziu na sua adega,
e a sua bandeira sobre mim é o Amor!
Tradução da CNBB
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0 Cântico dos cânticos faz parte dos livros inspirados, tanto na tradição judaica como cristã. Trata-se de um cântico de amor atribuído, tradicionalmente, ao rei Salomão (970-933 AEC [Antes do Tempo Comum]). Estudiosos contemporâneos situam a composição entre os séculos V e III AEC. Vem reconhecido pelos rabinos como o "santo dos santos" da Escritura, e ganhou larga difusão seja no judaísmo, como nos padres da Igreja e na mística medieval.
Página publicada em setembro de 2018
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