POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS
Bei Dao em Tallimm, 2010, foto na wikipedia.
BEI DAO
Bei Dao nasceu em Pequim, China, em 2 de agosto de 1949. Ele é o mais velho de três filhos de Zhao Jinian (d. 2003), executivo de seguros, e Zhao Mei Li (née Sun), médico. . (...)
Como muitos jovens chineses, Bei Dao se juntou aos Jovens Pioneiros da China .
Ele freqüentou a Escola Secundária de Beijing No. 13, onde seus professores elogiaram sua escrita. Ele, então, testou na elite Beijing No. 4 High School . No entanto, ele não conseguiu se formar: em 1966, quando Bei Dao tinha dezesseis anos, Mao Zedong lançou a Revolução Cultural , que fechou a escola. (Em 2011, ao receber um doutorado honorário da Brown University , Bei Dao observou que esse era o primeiro diploma que ele já havia recebido.) (...)
Exílio
Viveu Paris. Encalhado na Europa, Bei Dao mudou-se de um país para outro. Depois de seu mandato como escritor visitante em Berlim Ocidental, ele passou boa parte de 1990 na Escandinávia , onde, em Oslo , ele e outros exilados decidiram reviver Jintian como um periódico emigrado. (...)
Uma extensa biografia está disponível em https://en.m.wikipedia.org
TEXTOS EN ESPAÑOL – TEXTOS EM PORTUGUÊS
FESTIVAL MUNDIAL DE POESÍA VENEZUELA 2004. Caracas, Venezuela: Monte Ávila
Editores Latinoamericana C, A., 2005. 435 p. 15 x 23 cm. Patrocinado por Ministerio de la Cultura, Presidencia del CONAC, D.G.S. de Literatura. ISBN 780-03-1211-1 Ex. bibl. Antonio Miranda
MAPA NEGRO
al fin, los cuervos fríos unen las piezas
de la noche: un mapa negro
he vuelto a casa -el regreso
más largo que el camino equivocado
largo como una vida
trae el corazón del invierno
cuando el agua del manantial y los remedios de caball
se convierten en las palabras de la noche
cuando la memoria ladra
un arcoíris ronda el mercado negro
la llama de vida en mi padre pequeña como semilla yo soy su eco
doblando la esquina de los encuentros
una antigua amante se esconde en un viento
arremolinado de cartas
Beijing, déjame
brindar por tus faroles
deja que mis canas muestren el camino
por el mapa negro
como si una tormenta te llevara a volar
hago cola hasta que la pequeña ventana se cierra: O la luna encendida
he vuelto a casa — los adioses
son menos que los encuentros
sólo uno menos
RAMALA
en Ramala
los antiguos juegan ajedrez en el cielo estrellado
el final del juego titubea
un pájaro cautivo en un reloj
salta para dar la hora
en Ramala
el sol trepa el muro como un viejo
y atraviesa el mercado
lanzando luz de espejo sobre
un plato de cobre rojizo
en Ramala
los dioses beben agua en vasijas de barro
un arco pide a la cuerda que lo guíe
un niño sale a heredar el océano
desde la orilla del cielo
en Ramala
las semillas se siembran en pleno mediodía
la muerte florece tras mi ventana
resistiendo, el árbol adopta la forma
original y violenta de un huracán
LA ROSA DEL TIEMPO
cuando el sereno se duerme
te vuelves con la tormenta
envejecer en el abrazo es
la rosa del tiempo
cuando el camino de las aves define el cielo
volteas para mirar el ocaso
surgir desapareciendo es
la rosa del tiempo
cuando el cuchillo se dobla en el agua
cruzas el puente pisando canciones de flauta lamentarse en la conjura es
la rosa del tiempo
cuando una pluma dibuja el horizonte
te despierta un gong desde el este
florecer en ecos
es la rosa del tiempo
en el espejo siempre está este momento
este momento conduce a la puerta del renacer
la puerta se abre al mar
la rosa del tiempo
CANCIÓN DEL CAMINO
en el olvido entre los árboles
los ataques líricos de los perros
al final de un viaje interminable
la noche hace girar todas las llaves de oro
pero ninguna puerta se abre para ti
un farol sigue
los antiguos preceptos del invierno camino derecho hacia ti mientras abres el abanico de la historia que está plegado en una solitaria canción
la campana del anochecer te pregunta con lentitud
el eco responde dos veces por ti
la noche oscura navega a contracorriente
las raíces que generan electricidad en secreto
han iluminado tu huerto
camino directamente hacia ti
al frente de todo camino extranjero
cuando el fuego se prueba la pesada nieve
la caída del sol sella el imperio
el libro de la tierra abre la página de este instante
TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA
MAPA NEGRO
Afinal, os corvos frios ligam as peças
da noite: um mapa nego
regressei à casa — o regresso
mais longo que o caminho equivocado
comprido como uma vida
traz o coração de inverno
quando a água do manancial e os remédios do cavalo
se convertem nas palavras da noite
quando a memória grita
um arco-íris ronda o mercado negro
a chama da vida em meu pai pequena como uma semente
eu sou seu eco
dobrando a esquina dos encontros
uma antiga amante se esconde no vento
amontoado de cartas
Beijing, deixa-me
brindar os teus faróis
deixa que meus cabelos bancos mostrem o caminho
pelo mapa negro
como se uma tormenta te levasse a voar
faço fila até que a pequena janela
se feche. Ou a lua acesa
regresso à casa — o adeus
é menos que os encontros
só um a menos
RAMALA
em Ramala
os antigos jogam xadrez no céu estrelado
o final do jogo titubeia
um pássaro cativo em um relógio
sai para dar a hora
em Ramala
o sol trepa no muro como um velho
e atravessa o mercado
lançando luz de espelho sobre
um prato de cobre rubro
em Ramala
os deuses bebem água em vasilhas de barro
um arco pede à corda para guia-lo
um menino sai para herdar o oceano
desde a margem do céu
em Ramala
as sementes são semeadas em pleno meio-dia
a morte floresce detrás de minha janela
resistindo, a árvore adota a forma
original e violenta de um furacão
A ROSA DO TEMPO
quando o sereno adormece
te moves com a ventania
envelhecer no abraço é
a rosa do tempo
quando o caminho das aves define o céu
volteias para mirar o ocaso
surgir desaparecendo é
a rosa do tempo
quando o punhal mergulha na água
cruzas a ponte pisando canções de flauta
lamentar-se na conjura é
a rosa dos tempo
quando a pluma desenha o horizonte
te desperta um gongo desde o leste
florescer em ecos é
a rosa do tempo
no espelho sempre está este momento
este momento conduz à porta do renascer
a porta abre-se para o mar
a rosa do tempo
CANÇÃO DO CAMINHO
no olvido entre as árvores
os ataques líricos dos cães
no fim de uma viagem interminável
a noite faz girar todas as chaves de ouro
mas nenhuma porta se abre para ti.
um farol segue
os antigos preceitos do inverno
caminha direto até você
enquanto você abre o leque da história
que está dobrado numa canção solitária
o sino do amanhecer te indaga lentamente
o eco responde duas vezes por você
a note escura navega contra a corrente
as raízes que geram eletricidade em segredo
iluminaram sua horta
caminho diretamente até você
diante de todo caminho estrangeiro
quando o fogo prova a pesada neve
o declínio do sol sela o império
o livro da terra abre a página deste instante
Página publicada em fevereiro de 2020
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