| POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS 
 
 Foto  e parte da biografia extraídos da Wikipidia.   ARCHIBALD  MACLEISH (  U. S. A. )   Archibald MacLeish  (Glencoe, Illinois, 7 de maio de 1892 – Boston, Massachusetts, 20 de abril de  1982) foi um poeta e bibliotecário da Biblioteca do Congresso. MacLeish foi  ligado ao movimento Modernista e recebeu três prêmios Pulitzer por seu trabalho  como escritor.   Tradução de MANUEL  BANDEIRA   
                     Haverá pouca coisa a esquecer:O  voo do corvo...
 Uma  rua molhada,
 O modo do vento soprar,
 O  nascer da lua, o pôr do sol,
 Três palavras que o mundo sabe,
 Pouca coisa a esquecer.
  Será bem fácil de esquecerA chuva pinga
 Na  argila rasa
 E  lava lábios,
 Olhos  e cérebro.
 A chuva pinga na argila rasa.
 A  chuva mansa levará tudo:O voo dos corvos,
 O modo do vento soprar,
 O  nascer da lua, o pôr do sol,
 Lavará tudo, até chegar
 Aos duros ossos desnudados,
 E os ossos, os ossos esquecem
   
                    
                      CHARTRES Pedras, o que me espantaNão é que tenhais resistido
 Por tanto tempo a tanto vento e a  neve tanta:
 Pois  não vos tinham construído
 Para  arrostar nesta colina
 O  inverno e o vendo desabrido?
 Meu  espanto é que suportais,Sem  vos gastardes, nossos olhos,
 Nossos  olhos mortais.
   MARQUES,  Oswaldino.  Videntes e sonâmbulos: coletânea  de poemas norte-americanos.   Rio de Janeiro: Serviço de Documentação, Ministério da  Educação e Cultura, 1955;  300 p.Ex. bibl. Antonio Miranda
   THE SPANISH DEAD
 This will be  answered.
 The tears were not answered but this will be answered.
 The tears of Madrid of Barcelona Valencia
 The tears were not answered.
 The blood of Guernica  Badajoz  Almeria.
 The blood was not answered.
 The tears ar dry on the faces.
 The blood is dry on the sand.
 The tears were not answered: the blood was not answered.
 This will be answered.
 
 Because the men fo Guernica do not speak
 Because the children of Almeria are silente
 Because the women of Badajoz are dumb
 Are dumb they have no voices no voices
 Their throats ara stopped with the sando of that place
 They do not speak they will never speak and the children
 The children of Almeria they are still
 They do not move they will never morve those children
 Their bodies are broken their bonés ara broken their
 mouths  are  —
 Because the are dead dumb because the are speech-
 less
 Do not believe
 Do not believe the answer will not come.
 Do not believe
 Because the blood has not been answered
 The lie will not be answered.
 Do not believe
 Because the tears have not been answerede
 The lie will not be answered.
 Do not believe it.
 This will be answered with
 Time
 There is time.
 The dead have time in those cities
 In Badajoz in Guernica Almeria
 They can wait: they have much time..
 There is time
 They can wait there.
 
 
 ARS POETICA
 A poem should be  palpable and mute
 As a globed fruit
 
 Dumb
 As old medalions to the thumb
 
 Silent as the sleeve-worn stone
 Of casement ledges where the moss has grown —
 
 A poem should be notionless in time
 As the moon climbs
 
 Leaving, as the moon releases
 Twig by twig the night-entangled trees.
 
 Leaving, as the moon behind the winter leaves.
 Memory by memory the mind —
 
 A poem should be motionless in time
 As the moon climbs
 
 A poem should be equal to:
 Not true
 
 For all the history of grief
 An empty doorway sand a maple leaf
 For love
 The leaning grasses and two lights above the sea —
 
 A poem should not mean
 But be.
 
   THE TOO-LATE BORN
 We too, we too,  descending once again
 The hills of our own land, we too have heard
 Far off — Ah, que ce cor a long haleine —
 The horn of Roland in the passages of Spain.
 The first, the second blast, the failing third,
 And with the third turned back and climbed once more
 The sleep road  southward, and heard  faint the sound
 Of swords, of hordes, the disastrous war,
 And crossed the dark defile at last, and found
 At Ronçevaux upon the darkening plain
 The dead against the dead and on the silent ground
 The silent slain —
   TEXTOS EM PORTUGUÊS   OS MORTOS DE ESPANHA
 Isto  será vingado.
 As lágrimas não tiveram réplica, mas isto será vingado
 As lágrimas de Madrid de Barcelona Valência
 As lágrimas não tiveram réplica.
 O sangue não foi revidado.
 As lágrimas endureceram sobre as faces.
 O sangue está enxuto sobre a areia
 As lágrimas não tiveram réplica: o sangue não teve
 resposta.
 Mas isto será vingado.
 Porque os homens de Guernica não falamPorque as crianças de Almeria jazem no silêncio
 Porque as mulheres de Badajoz estão caladas
 Estão mudas e não têm mais voz não têm mais voz
 Suas gargantas estão obstruídas pelo pó daquele país
 Eles não falam não falarão jamais as crianças
 As crianças de Almería estão paralisadas
 Não se movem essas criança jamais darão um passo
 Seus corpos estão esmagados seus ossos partidos e suas
 bocas se rasgaram —
 Porque elas estão mortas e caladas porque elas estão
 mudas
 Não se acredite
 Não se acredite que não virá a resposta.
 
 Não se acredite
 Porque as lágrimas não foram revidadas
 Que a mentir não terá resposta.
 Não se acredite nisso.
 Isso será vigado.
 Isto será vingado com tempo
 Ainda há tempo.
 
 Os mortos têm tempo naquelas cidades
 Em Badajoz em Guernica Almería
 Eles podem esperar: eles têm muito tempo
 Há tempo
 Eles podem esperar.
 
 Trad de Domingos Carvalho da Silva
 
 
 ARS POETICA
 Um  poema dever palpável, silencioso,
 como um fruto redondo.
 
 Mudo
 como os velhos medalhões ao toque dos dedos.
 Silente
 como o gasto pastoril de uma janela em que nasceu o
 [ musgos.
 
 Um poema deve ser cala
 como o voo dos pássaros.
 Como a lua que sobe,um poema dever ser imóvel
 no tempo,
 deixando, memória por memória, o pensamento,como a lua detrás das folhas de inverno:
 deixando-o como, ramo a ramo, a lua soltaas árvores emaranhadas na noite.
 
 Um poema deve ser imóvel
 no tempo
 como a lua que sobe.
 Um poema deve ser igual a:não a verdade.
 Por toda a historia da dor,uma porta franqueada a uma folha de ácer.
 Para o amor,as gramíneas inclinadas e duas luzes sobre o mar.
 Um poema deve ser,e não significar.
 Trad. de Pericles Eugênio da Silva  Ramos
 
             O QUE NASCEU MUITO TARDE
 Nós  também, nós também ao descer novamente
 As colinas da pátria — nós também escutamos
 Na distância — Ah, que cd cor ao longue haleine —
 A trompa de Rolando nos caminhos da Espanha
 O primeiro, o segundo som, o terceiro que se perde
 E ao terceiro voltamos e mais uma vez subimos
 A encosta para o sul, ouvindo o eco longínquo
 De espadas e cavalos, o choque de batalha.
 E por fim transpusemos o sombrio desfiladeiro e
 encontramos
 Em Roncevaux, sobre a planície, ao por-do-sol.
 O morto junto ao morto e no campo silente
 O corpo silencioso que o aço atravessara.
 
 Trad. de Willy Lewin
   *
 VEJA E LEIA  outros poetas do mundo em  nosso Portal:
   http://www.antoniomiranda.com.br/poesiamundialportugues/poesiamundialportugues.html  Página publicada em junho de 2022
 
 Página  publicada em setembro de 2018 
 |