POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS
ANNE-MARIE ALBIACH
(1937-2012)
Figure cardinale de la poésie française contemporaine, Anne-Marie Albiach, a produit une œuvre exigeante, dont l'âpreté et la rigueur extrêmes constituaient, pour beaucoup de ses pairs, un modèle.
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http://www.lemonde.fr/disparitions/article/2012/11/06/anne-marie-albiach-figure-de-la-poesie-francaise-ontemporaine_1786425_3382.html#hsyG1QDJ3J64Jc3S.99
Extraído de
POESIA SEMPRE. Revista da Biblioteca Nacional do RJ. Ano 3 – Número 5 – Fevereiro 1995. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional / Ministério da Cultura – Departamento Nacional do Livro. ISSN 0104-0626 Ex. bibl. Antonio Miranda
Delà en dépit
DANS LE DISCONTINU OU L'intercepté continu
celle-là n'aurait plus d'importance
l'émotion tel elle nous épuise et lui indifférence
de laquelle aucune racine n'en prend
Vols nos lignes
insertion faiblesse la couleur et quelle forme
laquelle d'entre nous
l'interrogation
lors de la projection dans le inexistant
peut-être pour se mieux relier
en dépit de ces traces dont l'évidence
aveugle et où le prolongement de cet aveuglement
répercute une couleur qui ne résonne plus son nom
propre
l'instrument nous divinise et l'étendue nuque
où l'interrogation multiforme articule elle absente
il faut se défaire
quand il n'est plus à demander
l'instant nous rend alors
dû
le déterminisme la consonne insexuée
il est difficile où s'approprier ce temps personnel
à l'origine de toutes défections
échec quoi qu'il en soit
au point où ne saurait se supporter
(l´) absence apte
de tous celui si on ne désire plus
la terreur le sublimise
où elle
regarde une unique
peut-être est-ce
le pas est-il trop grand?
est-ce souffle même remis en question
outre l'objet et leur usage sonore dans le signe
légèreté du savoir
à vol d'oiseau l'abîme
où encore te le dire
mais
suffisance de Isa jointure que redonne la forme à
au postulat un instant incarné
je ne saurai dire la proie du triangle
l'arbitraire
sans cesse sa forme lui est redemandée
et si acquise la douleur surprend dans le sommeil
et cette veille
n'en sont qu'une
plus encore loin qu'on ne le croyait
et le passage trop net
au plus profond
a confondu l'objet et la main
en deux termes désouvert
Para além, apesar
NO DESCONTINUO ou contínuo fracionado
ela não teria importância alguma
a emoção já que nos esgota e ele não diferencia
dela qualquer raiz nem dela ergue
Voos nossas linhas decisivas
inserção fraqueza a cor e aquela forma
qual entre nós
a interrogação
durante a projeção no inexistente
talvez para enlaçar-se melhor
apesar dessas marcas que a evidência
cega e onde o prolongamento desta cegueira
repercute uma cor que não evoca mais seu nome
próprio
o instrumento nos diviniza e a nuca estendida
onde a interrogação multiforme articula ela ausente
e há que desfazer-se
quando não se pode mais pedir
só então o momento devolve
o que nos deve
o determinismo a consoante assexuada
é difícil achar em que se apossar esse tempo pessoal
na origem de todas as defecções
fracasso qualquer que seja
até onde não saberia suportar-se
(a) ausência .
apta
de todos eles não se deseja mais
terror o sublimiza
onde ela
olha uma única
talvez seja o passo
grande demais?
é o sopro mesmo posto em questão
além do objeto e seu uso sonoro no signo
superfície do saber
leviandade o abismo
onde ainda dizê-lo
mas
ligação suficiente que lhe devolve a
forma a ao postulado encarnado num instante
eu não saberia dizer a presa do triângulo
o arbitrário
sem cessar sua forma lhe é de novo exigida
e se adquirida a dor surpreende no sonho
e esta vigília
não são senão um
mais longe ainda do que se acreditava
e a passagem demasiado nítida
ao mais profundo
confundiu objeto e mão
em dois termos desabertos
Tradução de Suzana Vargas
"La façade rouge de cette construction
du XXe siècle dans l'eau de ses
vitres comment et où le souffle a été
transféré..."
"le sol s'ouvre — une musique
révèle l'ordre du renouvellement
— l'écartement —
cette dissociation violente
opère la coupure:
réflexibilité
de l'énoncé qui se défait -"
une portée de retrait
parcourt la parole
"et ses résonances"
l'écart amplifie le Discours
"la tension prend
figure graphique"
dans l'impossible du corps
à l'Autre
PULSION: née dans les sommeils
elle élabore la scène du jour
"A fachada vermelha daquela construção
do século XX reflete no brilho de suas
vidraças como e para onde o sopro se
transferiu"...
"O sol se abre — uma música
revela a ordem da renovação
— a separação —
esta dissociação violenta
opera o corte:
reflexibilidade
do enunciado que se desfaz —"
uma moldura
percorre a palavra
"e suas ressonâncias"
a distância amplifica o Discurso
"a tensão surpreende
uma figura gráfica"
na impossibilidade de um corpo
ao Outro.
PULSÃO: nascida nos sonhos
ela elabora a cena do dia.
Tradução de Suzana Vargas
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