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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS

 

ANNE HÉBERT

 

(St. Catherine de Fossambault, agosto de 1916 - 22 de janeiro de 2000) foi uma escritora canadense. Sua obra é marcada pelo contraste entre vida introspectiva e a visão objetiva da realidade. Sendo prima do introdutor da poesia modernista no Canadá, Hector de Saint-Denys Garneau, é mais conhecida, no entanto, pelo trabalho em prosa que pelo trabalho como poeta, tendo praticado os dois gêneros. Escreveu poesia em verso livre, utilizando pouca pontuação, inspirada em Paul Claudel e Éluard. Foi autora de Sonhos em equilíbrio (1942), A torrente (1950), O túmulo dos reis (coletânea de poesias, 1953) e Quartos de madeira (1958).

Obra poética: Les songes en equilibre (1942); Le tombeau des rois

- Poèmes (Poems) (1960); Selected Poems (1987); Le jour n'a d'égal que la nuit (Québec : Boréal, [1992]), ISBN 2-89052-519-8; Oeuvre poétique. (1993) Poèmes pour la main gauche.
Biografía:  pt.wikipedia.org/

 

TEXTES EN FRANÇAIS – TEXTOS EN ESPAÑOL  - TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

HÉBERT, Anne. La alcoba cerrada.  Selección y traducción de François RoyMonterrey, México: Universidad Autónoma de Nuevo León, 2009.  109 p. ISBN 978-607-433-085-4   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

Villes en marche

 

Villes en marche sur l'eau, places de sel, nénuphars de pierre,

îles dévalant les pentes de la mer, vent debout, soleil en proue,

Bouquets amers au faîte des vagues, lumière géranium
aux crêtes des coqs verts rangés,

 

Flux et reflux, remue-ménage de soleil, retombées

soudaines de manteaux saumâtres, nuit, pleine nuit,

 

Cortège de haute mer revenu, le port comme une étoile, lit
ouvert crissant le goémon et le zeste,

 

Barques amarrées, balancées, jour en fête, cœur
hissé sur la mer parmi les algues,]

 

Paumes ouvertes, d'étranges ibis très bleus vont y boire en silence,

 

Toute la douceur respire largement alentour. La
terre entière s'est apprivoisée.

 

 

Cauchemar

 

L'épouvante a des pattes de velours
Tapie aux quatre coins de la chambre
Elle se déplace avec l'ombre envahissante
Ayant pour cible le cœur qui s'obscurcit
Elle gagne ses quartiers pour la nuit.

 

 

Le pain

 

Derrière la grille le pain

Cuit doucement

De l'autre côté la faim

S'agenouille

Seule l'odeur franchit l'espace
Désir.

 

 

Ciudades en camino

 

Ciudades en camino sobre el agua, plazas de sal,
nenúfares de piedra,

 

Islas que ruedan cuesta abajo por las pendientes del mar,
viento de pie, sol en proa,

 

Ramilletes amargos en la cumbre de las olas, luz
geranio en las crestas de los gallos verdes alineados,

 

Flujo y reflujo, trajin de sol, caidas repentinas
de abrigos salobres, noche, plena noche,

 

Cortejo de alta mar que ha vuelto, la dársena como
una estrella, lecho abierto que rechina fuco y
cáscara de cítricos,

 

Barcas amarradas, balanceadas, dia de festejo,
corazón izado sobre el mar entre las algas,

 

Palmas abiertas, extraños íbis muy azules llegan
sigilosos a beber ahí,

 

Toda la dulzura alrededor respira con anchura. La
tiera entera se há amansado.

 

 

Pesadilla

 

 

El espanto tiene patas de terciopdo
Agazapado en los cuatro rincones de la alcoba
Se mueve con la sombra que lo cubre todo
Teniendo por blanco el corazón que se oscurece
En sus cuarteles llega a pernoctar.

 

 

El pan

 

A.trás de la rejilla el pan
Se hornea lentamente
Del otro lado el hambre
Se arrodilla

Sólo el olor franquea el espacio
Deseo.

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda

 

            Cidades pelo caminho

         Cidades no caminho sobre a água, praças de sal,
nenúfares de pedra,

         Ilhas descem costa abaixo pelas pendentes do mar,
vento de pé, sol na proa,

         Ramalhetes amargos no cume das ondas, luz
gerânio nas cristas dos galhos verdes alinhados

         Fluxo e refluxo, tráfego de sol, quedas repentinas          
de abrigos salobres, norte, noite plena,

         Cortejo de alto mar que voltou, o porto
como estrela, leito aberto que range alga e
casca de cítricos,

         Barcos atracados, balançantes, dia de festejo,
coração, içado sobre o mar entre as algas,

         Palmas das mãos abertas, estranhos íbis muito azuis,
chegam sigilosos a beber aí,

         Toda a doçura arredor respira com largura. A
terra amansou.

 

         Pesadelo

         O espanto tem patas de veludo
Escondido nos quatro cantos da alcova
Morre-se com a sombra que cobre tudo
Tendo por branco o coração que escurece
Em seus quartéis chega a pernoitar.

 

         O pão

         Atrás da grela do pão
assa lentamente
Do outro lado o homem
Se espelha
Somente o odor franqueia o espaço
Desejo.

 

Página publicada em fevereiro de 2019


 

 

 
 
 
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