| POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS AMIR GILBOA     Amir  Gilboa (em hebraico : אמיר גלבע) (nascido em 25 de setembro de 1917 —  falecido em 2 de setembro de 1984) foi um poeta israelense nascido na Ucrânia.  Gilboa recebeu o Prêmio Israel de literatura em 1982. Berl  Feldmann (mais tarde Amir Gilboa) nasceu em uma família judia em Radziwillow  (agora Radyvyliv , Volhynia ) na Ucrânia . Em 1937, ele imigrou para o Mandato  da Palestina . Em 1942, ele lutou na Segunda Guerra Mundial na Brigada Judaica  do Exército Britânico . Em 1948, ele lutou na Guerra da Independência de Israel  . Ele morreu em 1984 no Hospital Beilinson em Petah Tikva devido a complicações  da doença cardíaca isquêmica. Em  1949, ele publicou um volume de poesia intitulado Sheva Reshuyot ("Sete  Domínios") sobre suas experiências de guerra. Esta coleção, juntamente com  o seu Early Morning Songs, publicado em 1953, estabeleceu sua reputação como um  dos principais poetas hebreus. Seus primeiros trabalhos foram influenciados por  Avraham Shlonsky e Natan Alterman , especialmente em seu uso do hebraico  arcaico e bíblico. Mais tarde, sua linguagem se torna mais coloquial, com uma  abundância de rimas, palavras e comentários satíricos. [1] eu quis escrever os  lábios de dorminhocos, publicado em 1968, dedica-se ao ato de escrever poesia e  sentimentos do poeta.   Placa  comemorativa na casa de Gilboa em Tel Aviv. Em 1971, Gilboa recebeu o Prêmio  Bialik de literatura . Em 1982, ele recebeu o Prêmio Israel, pela poesia  hebraica.     Extraído de      POESIA  SEMPRE –  Ano 5 – Número 8 –  Junho 1997. Revista semestral de poesia.   Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Ministério da Cultura,  Departamento Nacional de Livro.  Editor  Geral: Antonio Carlos Secchin.  Ex. bibl.  Antonio Miranda.   Obs. Aparece “ALMIR  GUILBOA” na publicação, em vez de AMIR GILBOA.             A alma de Iossi, filho de minha irmã  Brônia            Toda a noite caíram estrelas no meu regaço,cansado  de contar ri sozinho para dentro da noite feliz.
 E  assim adormecido, e assim sonhador, céus coloriram meus olhos
 e  águias mergulharam nas profundezas.
 Então  abri meus olhos para o sonho. Veio o pequeno Iossi e
 redimiu  a canção. E pairava e cantava.
          Na  terra ouve-se a voz da rola. Sobre o viço matutino uma chuva azula  e cai.
 Aos  pés do monte antes do sol eu me ajoelho e lembro e lembro e
 lembro.
 Minha  cabeça está nas águas que das alturas caem em verdes sons
 do  sonho farto, pesado.
 Escuto  todas as tuas canções, Iossi, pequeno Iossi, o brilhante. Iossi
 deveras assassinado.
 Teus  esplendores que vagueiam por todo caminho perseguem o eco
 da  tua voz sorridente.
          Senhor,  Senhor, todas as fendas encheram-se então de água.E  depois da chuva inundou-nos o verde e embebedou nossos passos.
 E  por completo empalideceram cogumelos como uma lenda que se
 insinua  nas pupilas de mil olhos.
 E  todas as árvores acenderam sóis em suas copas em nossa
 homenagem.
          Ao  Iossi, ai Iossi! O meu sussurro enviei com o final da noite pela superfície  do lago
 e  teus patos esbranquiçados revolutearam para elevá-lo, uma coroa
 para  as ondulações.
 Mas  com um sol que se ergue também eu me ergo por inteiro... e
 queimo  do fogo do desejo
 de  beijar o pó do predileto dos amores.
                     Tradução de Dora Blatyta.          
 E  meu irmão se cala
           Meu irmão voltou do camponuma  veste cinzenta.
 E  cogite, quem sabe meu sonho revelar-se à mentira
 e  comecei de imediato a contar suas feridas
 e  meu irmão se cala.
          Depois  vasculhei  nos bolsos do capotee  encontrei um curativo cuja mancha estava seca.
 E  num posta puído o nome dela
 debaixo  de um desenho de papoulas.
 E  meu irmão se cala.
          Então  desatei o embrulhoe  tirei seus pertences, lembrança após lembrança.
 Bravo,  meu irmão, meu valente irmão,
 eis  que encontrei as suas medalhas!
 Bravo  meu irmão, meu valente irmão,
 cantarei  loas ao teu nome!
 E  meu irmão se cala.
 E  meu irmão se cala.
          E  seu sangue da terra clama.                               Tradução de Dora Blatyta.             Isaac           Ao amanhecer passeava o sol dentro da  florestajunto  comigo e com meu pai
 e  minha destra está em sua mão esquerda.
          Como  um resplendor fulgurou um cutelo entre as árvorese  eu temo tanto o medo de meus olhos diante do sangue
 sobre  as folhas.
          Pai,  pai, rápido, salve Isaace  não faltará ninguém na refeição do meio-dia.
          Sou  eu o degolado, meu filho,e  já meu sangue está sobre as folhas.
 E  meu pai, sua voz ficou obstruída.
 E  suas faces, pálidas.
          E  eu  quis gritar, me agito para não crere  arregalo os olhos
 e  acordei.
          E  exangue estava a destra                             Tradução  de Dora Blatyta.                 Canção do alvorecer           De repente levanta-se o homem pela  manhã,sente  que povo e começa a caminhar
 e  a todos em seu caminho ele saúda, shalom.
 Espigas  erguem-se diante dele dentre as fendas da calçada
 e  ao seu rosto as árvores aspergem o perfume.
          O  orvalho gotejando e as colinas com miríades de raiosformarão  um dossel de sol para suas bodas.
 Ele  sorri o heroísmo de gerações das montanhas
 e  vexadas prosternam-se as guerras
 diante  da glória de um milênio
 que  fluiu secretamente.
          Mil  anos jovens diante de sicomo  um riacho frio.
 Como  melodia de pastor.
 Como  um ramo.
          De  repente levanta-se o homem pela manhã,sente  que é povo e começa a caminhar,
 vê  que voltou a primavera e a árvore se cobriu de folhas.
                      Tradução  de Nancy Rozenchan 
 Página publicada em abril de 2018 
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