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POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS
 

ALFRED DE MUSSET

 

Alfred Louis Charles de Musset (Paris, 11 de Dezembro de 1810 — Paris, 2 de Maio de 1857) foi um poeta, novelista e dramaturgo francês do século XIX, um dos expoentes mais conhecidos do período literário conhecido como o Romantismo. Diz-se que ele foi "o mais clássico dos românticos e o mais romântico dos clássicos". O seu estilo influenciou profundamente a literatura europeia, tendo surgido múltiplos seguidores, entre os quais se conta o poeta português Fausto Guedes Teixeira, o expoente máximo do neo-romantismo na poesia lusófona.

Imagem do poeta e biografia (apenas fragmento)extraído de:
https://pt.wikipedia.org/

 

Poema extraído do livro:

 

 

 

ALMEIDA, Guilherme de. POETAS DE FRANÇA. São Paulo: 1936.

Ex. bibl. Antonio Miranda.

 

 

         TRISTESSE

J´ai perdu ma force et ma vie,
Et mes amis et ma gaité;
J´ai perdu jusqu´à la fierté
Qui faisat croire `mon génie.

Quand j´ai connu la Verité,
J´ai caru que c´était une amie;
Quand je l´ai coprise et sentie,
J´em étais déjà dégoûté:

Et pourtant ele est éternelle,
Et ceux qui se sont passes d´elle
Ici-bas ont tout ignore.

Dieu parle, il faut quón lui reponde.
Le seul bien qui me reste au monde
Est d´avoir quelquefois pleuré.




TRISTEZA
       
Eu perdi minha vida, e o alento
E os amigos, e a intrepidez,
E até mesmo aquela altivez
Que me fez crer no meu talento.

Vi na Verdade, certa vez,
A amiga do meu pensamento;
Mas, ao senti-la, num momento
O seu encanto se desfez.

Entretanto, ele é eterna, e aqueles
Que a desprezaram — pobres deles! —
Ignoraram tudo talvez.

Por ela Deus se manifesta.
O único bem que ainda me resta
É ter chorado uma ou outra vez.

 

CLÁSSICOS JACKSON – VOLUME XXXIX  POESIA 2º. Volume. Seleção de ARY MESQUITA.  São Paulo, SP: W. M. Jacson Inc., 1952.  293 p.  encadernado.         14 x 21,5 cm         Ex. bib. Antonio Miranda

 


TRISTEZA

(Tradução de GUILHERME DE ALMEIDA )

 

       Eu perdi minha vida e o alento,
E os amigos, e a intrepidez,
E até mesmo aquela altivez
Que me fez crer no meu talento.

Vi na Verdade, certa vez,
A amiga do meu pensamento;
Mas, ao sentí-la, num momento
O se encanto se desfez.

Entretanto, ela é eterna, e aqueles
Que a desprezaram — pobres deles —
Ignoraram tudo talvez.

Por ela Deus se manifesta.
O  único bem que ainda me resta
E ter chorado uma ou outra vez.


 

        VIDA NÃO VIVIDA

(Tradução de FRANCISCO OCTAVIANO)

       Era bela, como a estátua
Em mortuária capela,
Dormindo em leito de pedra,
Imóvel, pode ser bela.

Tinha bondade, se basta
Dar, ao acaso, sem dó,
Sem que Deus enxergue a esmola,
Se a esmola é dinheiro só.

Pensava, se o vão ruído
De um falar suave e lento,
Como gemido de arroio,
Denuncia o Pensamento.

Orava, se os olhos negros
Uma fez fitos no chão,
Outra vez ao céu erguidos,
Podem chamar-se oração.

Sorria, se o refrigério
De uma brisa, na alvorada,
Chegasse a expandir a flor
Que se conserva fechada.

Chorara, se, argila inerte,
Seu coração ressequido
Gotas de celeste orvalho
Pudesse haver recolhido.

Amara, se no seu peito
Não velasse orgulho fútil,
Como em cima de um sepulcro
Se entretém lâmpada inútil.

Aparentava viver...
Sem ter vivido morreu...
Caiu-lhe das mãos o livro...
Nesse livro nada leu!

 

*

Página ampliada e republicada em abril de 2023

 

 

 

 

Página publicada em abril de 2020

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 
 
 
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