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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS


ALEKSANDR PUCHKIN

 

 

Alexander Sergueievitch Pushkin (em russo: Алекса́ндр Серге́евич Пу́шкин; Moscovo, 6 de junho de 1799 — São Petersburgo, 10 de fevereiro de 1837). É o maior poeta russo na época romântica, considerado por muitos como real fundador da moderna novela russa. Pushkin foi pioneiro no uso do discurso vernacular em seus poemas e peças teatrais, criando um estilo de narrativa que misturava drama, romance e sátira associada com a literatura russa, influenciando fortemente desde então os escritores russos seguintes. Ele também escreveu ficção histórica. Sua Marie: Uma História de Amor Russa fornece uma visão da Rússia durante o reinado da imperatriz Catarina II.

 

Entre suas obras mais conhecidas encontram-se O prisioneiro do Cáucaso, A filha do capitão, Eugene Onegin, A história da revolta de Purgatief e O Cavaleiro de Bronze. Escreveu poemas, novelas e peças teatrais.

 

 

POESIA SEMPRE – Ano 7 – Número 10, Rio de Janeiro, abril 1999.  Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Departamento Nacional do Livro, Ministério da Cultura, 1999.  255 p., ilus., col. Editor-geral Antonio Carlos Secchin.  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

0 cavaleiro pobre

 

Ninguém soube quem era o Cavaleiro Pobre,
         Que viveu solitário, e morreu sem falar:

Era simples e sóbrio, era valente e nobre,
                   E pálido como o luar.

 

Antes de se entregar às fadigas da guerra,

Dizem que um dia viu qualquer cousa do céu:

E achou tudo vazio... e pareceu-lhe a terra
                   Um vasto e inútil mausoléu.

 

Deste então, uma atroz devoradora chama
         Calcinou-lhe o desejo, e o reduziu a pó.

E nunca mais o Pobre olhou uma só dama,

         — Nem uma só! nem uma só!

 

Conservou, desde então, a viseira abaixada:

E, fiel à Visão, e ao seu amor fiel,

Trazia uma inscrição de três letras, gravada
                   A fogo e sangue no broquel.

 

Foi aos prélios da Fé. Na Palestina, quando,

No ardor do seu guerreiro e piedoso mister,

Cada filho da Cruz se batia, invocando
                   Um nome caro de mulher.

 

Ele rouco, brandindo o pique no ar, clamava:

Lumen coeli Regina! e, ao clamor dessa voz,

Nas hostes dos incréus como uma tromba entrava,

         Irresistível e feroz.

 

Mil vezes sem morrer viu a morte de perto,

E negou-lhe o destino outra vida melhor:

Foi viver no deserto... E era imenso o deserto!
                    Mas o seu Sonho era maior!

 

E um dia, a se estorcer, aos saltos, desgrenhado,
         Louco, velho, feroz, — naquela solidão
         Morreu: — mudo, rilhando os dentes, devorado
         Pelo seu próprio coração.

 

Tradução de Olavo Bilac

 

 

         0 aquilão

 

        Por que abater, rude aquilão,
         A frágil cana ribeirinha,

         E no horizonte por que tão
         Rijo impelir a nuvenzinha?

 

         De nuvens negras um montão,

         Faz pouco, todo o céu cobria.
         Altivo, sobre a elevação,

         Faz pouco, um carvalho se erguia.

 

         Mas eis-te a te erguer e agitar:
         Com tua fama e força atuaste,
         Pudeste os nimbos dispersar
         E o nobre carvalho prostraste.

 

Do sol desde agora a brilhar
Se ponha, alegre, a clara imagem;
Acolha a nuvenzinha a aragem.
Fique o caniço a, suave, ondear.

 

1824

 

Tradução de José Casado

 

 

Não cantes, bela, frente a mim,
         Tuas canções da Geórgia triste:
         Fazes-me recordar assim
         Viver em praia que não viste.

 

Ai! elas me fazem lembrar,

Essas dolorosas canções,

A estepe, a noite e, vista ao luar,
         De pobre donzela as feições.

 

Eu a meiga e fatal visão
         Esqueço quando estás presente.
         Mas entras a cantar, e então
         A moça lembro novamente.

 

Não cantes, bela, frente a mim,
         Tuas canções da Geórgia triste:
         Fazes-me recordar assim
          Viver em praia que não viste.

 

1828

 

         Tradução de José Casado

 

 

 

 

REVISTA DA ACADEMIA BRASILIENSE DE LETRAS.  Direção: Antonio Carlos Osorio.  Brasília. No. 6 –setembro  1987.   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

Tradução por CARLOS AMARAL FREIRE:

 

 

 

        PARA...

 

Lembro-me daquele maravilhoso momento
em que apareceste na minha frente
qual uma visão fugaz,
espírito de beleza pura.

Quando me consumia a melancolia.
Entre as ansiedade do mundo inquieto,
tua meiga voz ecoou longamente
na minha mente
e sonhei com tuas feições amadas.

Passaram-se os anos,
as rajadas turbulentas da tempestade
dispersaram os sonhos de outrora
e esqueci tua voz meiga.
tuas feições celestiais.

 

Num ponto remoto da terra,
na escuridão do exílio,
meus dias se arrastaram vagarosamente.
Sem adoração, sem inspiração,
sem lágrimas, sem vida, sem amor.

Veio o despertar a minha alma
e apareceste de novo,
qual visão fugaz,
espírito de beleza pura.

E meu coração bateu em êxtase
e uma vez mais dentro dele
a adoração, a inspiração, a vida
as lágrima se o amor renasceram.


 

 

OS DEMÔNIOS, POEMA DE
ALEKSANDR PÚCHKÍN    

Por Salomão Sousa

 

Leitura do poema Os demônios, do russo Aleksander Púchkín, em tradução de Rubens Figueiredo.  

 

 

OS DEMÔNIOS, POEMA DE ALEKSANDR PÚCHKÍN   

Por Salomão Sousa
 

 

 


 

Página publicada em fevereiro de 2018; ampliada em agosto de 2020


 

 

 
 
 
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