Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS

ALEXSANDR BLOK

(1880-1921)

 

Aleksandr Aleksandrovitch Blok (em russo: Алекса́ндр Алекса́ндрович Блок; 28 de novembro (jul.) de 1880 - 7 de agosto de 1921) foi um dos mais talentosos poetas líricos russos após Aleksandr Pushkin e um autor dramático.

Blok nasceu em Petrogrado no seio duma família sofisticada e inteletual. Algumas das pessoas com que a família se relacionava eram inteletuais. O próprio pai de Blok era professor de Direito em Varsóvia e a sua avó materna era a reitora da Universidade Estatal de Petrogrado. Após a separação dos seus pais, Blok morou com parentes na aristocrática mansão de Shakhmatovo, perto de Moscovo, onde descobriu a filosofia de Vladimir Soloviov e as obras dos obscuros poetas do século XIX Fiodor Tiutchev e Afanasi Fet, cuja influência será visível nas peças iniciais compostas por Blok e compiladas na edição intitulada Ante Lucem.

Em 1903, Blok casou com Liubov Dmitrievna Mendeleeva (filha do grande químico Dmitri Mendeleev). Para a sua mulher dedicou um ciclo de poesia que o levou à fama, intitulado Versos sobre a bela senhora (Стихи о Прекрасной Даме), onde transformava a sua esposa numa visão intemporal da alma feminina e da feminidade eterna.

As imagens místicas projetadas no seu primeiro livro ajudaram Blok a colocar-se como líder do simbolismo russo. Os seus primeiros versos estavam regularmente construídos a respeito do ritmo e da métrica, mas depois procurou introduzir padrões rítmicos mais ousados e irregulares, com temas mais triviais, como em Fábrica (Фабрика, 1903). Os seus poemas maduros serão muitas vezes baseados no conflito entre a visão platónica da beleza ideal e as decepcionante realidade da periferia industrial, como na obra teatral A desconhecida (Hезнакомка, 1906)

No seu seguinte livro de poemas, A Cidade (Город, 1904-1908), Blok desenhou um Petrogrado impressionista e misterioso, e as suas obras posteriores, como Máscara de neve (Снежная маска, 1907), ajudaram a aumentar a reputação de Blok como autor a dimensões fabulosas. Ele foi muitas vezes comparado com o grande poeta russo, Aleksandr Pushkin, e toda a denominada Era de Prata da poesia russa tem sido referida em numerosas ocasiões como a "Era Blok". Na década de 1910, Blok era já admirado por todos os seus colegas literários e a sua influência nos poetas jovens era incontornável. Anna Akhmatova, Marina Tsvetaeva, Boris Pasternak ou Vladimir Nabokov escreveram importantes versos de tributo a Blok.

Mais informação na wikipedia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Aleksandr_Blok

 

 

POESIA SEMPRE. Ano 7  Número 10 abril 1999  – Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 1999.  Editor Geral: Antonio Carlos Secchin. A edição inclui uma seção especial de Poesia Russa, organizada por Marco Lucchesi.  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

         Do ciclo Versos sobre a Bela Dama

 

         No templo de naves escuras,
         Celebro um rio singelo.
         Aguardo a Dama Formosura
         À luz dos velários vermelhos.

         À sombra das colunas altas,
         Vacilo aos portais que se abrem.
         E me contempla iluminada
         Ela, seu sonho, sua imagem.

         Acostumei-me a esta casula
         Da majestosa Esposa Eterna.
         Pelas cornijas vão em fuga
         Delírios, sorrisos e lendas.

         São meigos os círios, Sagrada!
         Doce o teu rosto resplendente!
         Não ouço nem som, nem palavra,
         Mas sei, Dileta — estás presente.

         1902

                   Tradução de Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman
        

 

        Fábrica

        No prédio há janelas citrinas.
         E à noite — quando cai a noite,
         Rangem aldravas pensativas,
         Homens aproximam-se afoitos.

         E os portões fechados, severos,
         Do muro — do alto do muro,
         Alguém imóvel, alguém negro
         Numera os homens sem barulho.

         Eu, dos meus cimos, tudo ouço:
         Ele os chama, com voz de aço,
         Costas curvas, sofrido esforço,
         O povo aglomerado embaixo.

         Eles hão de entrar à porfia,
         Hão de pôr às costas o fardo.
         Riso nas janelas citrinas:
         Tapearam os pobres-diabos,

         1903

                   Tradução de Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman

 

 

         Do ciclo Dança de morte

         Noite. Fanal. Rua. Farmácia.
         Uma luz estúpida e baça.
         Ainda que vivas outra vida,
         Tudo é igual. Não há saída.

         Morres — e tudo recomeça,
         E se repete a mesma peça:
         Noite — rugas de gelo no canal.
         Farmácia. Rua. Fanal.

         1912

                  Tradução de Augusto de Campos

 

 
 Página publicada em abril de 2018


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar