| POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS 
 
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                     ADONIS    Adonis  (em árabe: أدونيس, pseudônimo de Ali Ahamed Said Esber  — Al Qassabin, Lataquia, Síria, 1 de janeiro de 1930) é um poeta e ensaísta  sírio, com uma longa carreira literária no Líbano e em França, autor de mais de  vinte livros em língua árabe. Poeta,  pensador, ensaísta, considerado o máximo expoente da poesia árabe  contemporânea, Ali Ahmad Said Esber, nascido no norte da Síria numa família de  origem alauita em 1930, trabalhou no campo durante a infância. Seu pai lhe  recitava poemas que o fazia memorizar depois. Aos 12 anos teve a oportunidade  de recitar um poema para o presidente sírio Shukri al-Kuwatli. Foi lhe  concedido um desejo e ele pediu para estudar. E assim se fez. Continuou  estudando e escrevendo. Cursou Filosofia na Universidade de Damasco onde se licenciou  em 1954. Quando  teve a publicação de seus poemas rejeitada, mudou de nome. Escolheu um nome  pagão - Adonis. Em  1955, devido a suas atividades políticas como membro do Partido Socialista  Sírio, foi acusado de subversão e preso por seis meses. Ainda em 1955, seguiu  para Beirute, onde se dedicou à publicação de periódicos e fundou em  colaboração com o crítico literário libanês Yusuf Al-Jal, a revista de poesia  Schiir (Poesia). Em 1956, deixou a Síria e foi viver no Líbano. Recebeu uma  bolsa de estudos para estudar em Paris entre 1960 e 1961. Em 1962 adquiriu a  cidadania libanesa. Em  1973 concluiu o doutorado pela Universidade de St. Joseph. Recebeu em 1977, no  Festival de Struga Poetry Enings de Macedônia a "Corona de Oro", por  sua trajetória literária. Em  1980, emigrou para Paris para escapar da Guerra Civil Libanesa e durante anos  foi professor de língua árabe na Sorbonne. Domina o idioma francês, conhece o  inglês, mas garante que só fala o árabe: "É em árabe que penso falo e  escrevo", costuma afirmar o poeta. Conhecido  por combater o sionismo e as ditaduras árabes, defende uma poesia livre das  amarras das instituições políticas e das obrigações religiosas. Biografia  completa e bibliografia na wikipedia.      Vea tambien:   TEXTOS EN ESPAÑOL     ADONIS:      “O que é existênciao que requer sempre
 revisão”
   ADONIS. Poemas. Organização e tradução Michel  Sleiman. Apresentação Milton Hatoum.  São  Paulo: Companhia das Letras, 2012.  251  p.  14 x 21 cm.  978-85-359-2124-3   Ex. bibl. Salomão Sousa. “Finalmente, uma edição brasileira da poesia  de ADONIS: uma ponte entre a cultura árabe e a modernidade ocidental.  Poiesofia... Nas margens da religião e da ideologia, sem a intenção do  dogmatismo.” Para ser lido e relido, agora  disponível nas livrarias e pela internet: www.companhiadasletras.com.br            Na sombra das coisas 
                            Gosto  de ficar na sombra das coisasno  segredo delas, gosto
 de  entranhar a criação
 de  vagar como as ideias
 como  a arte que se entranha
 e,  incerto, incauto
 renasço  a cada dia.
           Árvore do dia e da noite
 
                             Antes que o dia venha chegoantes  que se pergunte pelo sol ilumino
 árvores  vêm correndo atrás de mim
 andam  à minha sombra cálices de flor
 e  o delírio em meu rosto ergue
 ilhas  e penhascos de silêncio cujas portas a palavra
 desconhece
 se  ilumina a noite amiga e se esquecem
 no  meu leito os dias
         Depois, quando as fontes rolarem no meu  peitodesabotoarem  as vestes e dormirem
 acordarei a água e os espelhos, e  reluzirei
 como  eles, a lâmina das visões
         então eu durmo.     ADONIS.  Rey  de los vientos. – Selección  y versión de Jorge Esquinca.  Monterrey,  México: Universidad Autónoma de Nuevo León, 2009.   57 p.   ISBN 978-607-433-112-7   Ex. bibl.  Antonio Miranda     TEXTOS EM PORTUGUÊSTradução de Antonio Miranda
            Cantos para a  morte           1          Quando  passe por mim vou dizer que a mortefoi  estrangulada pelo silêncio
 vão  dizer que dorme quando durmo
          2          Ó  mão da morte alarga meu caminhoo  ignoto fascinou meu coração
 ó  mão da morte estira-o ainda mais
 assim  poderei descobrir a essência do impossível
 e  ver o mundo em meu arredor
            Cantos para o  amor          1          um  eco de ti me disse:“o  segredo que fala de ti e de mim
 não  tem idade”
          sabemos  como podem amar as estaçõessabemos  que línguas falaram
 no  desconhecimento do vento e do espaço
          3          não  tenho medodevo  inventar o testemunho que
 te  corresponde
            Entre teus  olhos e eu          quando  penetro meus olhos nos teusvejo  a alvorada profunda
 vejo  o antigo ontem
 vejo  isso que ignoro
 e  sinto que passa o universo
 entre  os teus olhos e eu
            Unidade          o universo uniu-se a mimsuas  pálpebras cobrem com as minhas
 o  universo ligou-se à minha liberdade,l
 qual  dos dois criou o outro?
   TEXTOS EN ESPAÑOL   Versão de JORGE ESQUINCA:           Cantos para la muerte
 1.  cuando pase cerca de mi se dirá que la muerte
 fue  estrangulada por el silencio
 se  dirá que duerme cuando duermo.
           2. oh mano de la muerte alarga mi caminholo  ignoto ha fascinado mi corazón
 oh  mano de la muerte estíralo aún más
 así  podré descubrir la esencia de lo imposible
 y  ver el mundo a mi alrededor
 
 
 Cantos para el  amor
 
 1.  un eco de ti me ha dicho:
 “el  secreto que habla de ti y de mi
 no  tiene edad”
         2. sabemos cómo pueden amar las  estacionessabemos  qué lengua hablarán
 en  la ignorancia del viento y del espacio
 
 3.  no tengo miedo
 debo  inventara el testimonio que te está destinado
           Unidad
 el  universo se há unido a mí
 sus  párpados se cubren con los míos
 el  universo se ha unidon a mi libertad
 ¿cuál  de los dos há creado al outro?
         Página publicada em setembro de 2018; ampliada em janeiro de 2019. 
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