Hélada
Até a sua primeira cidade
o caminho é tão longo
quanto a vida
A cidade de pedra vive ainda
também os portões
que a abrem
A terra toda
está de pé
hoje novamente
Você lhe oferece uma cadeira
Sinal de que alguém
venceu a guerra
para sempre
Hélada
os seus filósofos
coseram a boca com pedra
E os portões
não se fecham mais
Tânatos
Retorno a velha questão:
és deus ou deusa
Pergunto-me sempre que te aproximas
ou quando sozinho vou ao teu encontro, secreta
ou abertamente, ali na Praça.
Tânatos, tenho medo de ti.
Tânatos, receio-te cada vez menos.
Tântatos, toco-te.
Que o teu nome seja santo.
Da praia observo
como se afasta do mar.
Tânatos, onde estas. No céu ou na terra,
quando até os deuses te chamam.
Poderia apresentar-me a eles ou às pessoas
em vez de fazê-lo a ti.
A noite é areia negra na clepsidra sagrada
do céu e da terra.
Escorre grão a grão, escorrega, ecoa na queda.
Essa noite desce sobre os nossos ombros.
Essa noite fende nossos orifícios.
Tânatos se ri.
E eu
deixo a velha questão em aberto.