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POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS

Foto:  http://palestinalivre.com.br/

 

SAMIH-AL-QASSIM

( Palestina )

 

Samih al-Qasim (Zarqa, Jordânia, 11 de maio de 1939 – Safed, Israel, 20 de agosto de 2014), poeta palestino-druso, um dos grandes nomes da poesia palestina e árabe, conhecido nos países árabes por seus poemas e escritos nacionalistas.

Al Qasim foi um escritor da minoria cultural drusa no norte do território israelense, nasceu em 1939 na cidade jordaniana de Zarqa, cresceu e viveu em Rameh, próximo a Safed e estudou em Nazareth.

Após o "Nakba", evento que marcou profundamente sua vida, tornou-se ativista político, integrou-se ao Partido Comunista Israelense, iniciou trabalhos jornalísticos e de poemas, que lhe rendeu fama por suas temáticas nacionais, memória e resistência palestina, inclusive comumente ficou conhecido como "poeta da resistência".

Entre seus famosos poemas, está o "Não pedir permissão à ninguém" e "Tickets para viagem".

O primeiro poema, de Samih al Qassim, concentra sua força expressiva em apenas cinco linhas, numa estrutura similar à do haicai; porém, ao contrário do terceto japonês, não apresenta uma ação, e sim uma possibilidade, a partir da justaposição de duas breves imagens, a do rouxinol e a dos lábios cortados. O poema remete à hipótese de uma ação, que teria ocorrido se o narrador não tivesse sofrido a violência da mutilação.

É uma peça ao mesmo tempo sutil e impactante, que recorda os poemas breves de Maiakovski ("come ananás, mastiga perdiz / teu dia está prestes, burguês", na tradução de Augusto de Campos) e de Bertolt Brecht ("Escapei aos tigres / Nutri os percevejos / Fui devorado / Pela mediocridade", em versão de Haroldo de Campos), e ainda a "poesia-pílula" de Oswald de Andrade ("Venceu o sistema de Babilônia / e o garção de costeleta").
Al Qasim faleceu em 20 de agosto de 2014, aos 75 anos. Al Qasim lutou três anos contra o câncer, estava internado no hospital de Safed, em Israel.

(Fonte: http://www.orientepress.net/?p=6683 – Artigos – Cultura – Oriente Press – Rafael Figueiredo Siemerink – 20 de agosto de 2014)

(Fonte: http://www.vermelho.org.br/noticia/231431-11 – CULTURA/ Por Claudio Daniel – 13 de dezembro de 2013)

 

 

LITERATURA. Revista do Escritor Brasileiro.  No. 12.  Junho, 1997.  Publicação  semestral da Editora Códice.  Diretor: Nilto Maciel.  Editor: João Carlos Taveira                         Ex. bibl. Antonio Miranda         

 

 

                                             Tradução de JORGE TUFIC:

HEI DE RESISTIR

Talvez eu perca tudo — se o desejas.
Minhas roupas, salário e meu colchão.
Talvez eu torne apenas num lixeiro,
quebre pedras ou busque nos estrumes
o mais escuro e diminuto grão.
Talvez me veja nu, faminto — eu sei
que apesar de faminto e solitário
nunca transijo nem comerciarei.

Até que já não pulsem minhas veias
hei de, firme e sem medo, resistir.
Talvez tires de mim terra e consolo,
meu último tostão, e na cadeia
botes a minha inquieta juventude.
Talvez roubes a herança dos meus idos,
vasilhas, móveis e o meu alaúde.
Talvez queimes meus poemas e meus livros.
Talvez ponhas terror à minha aldeia,
mas garanto que não transigirei...
E até o último trapo de mortalha,
e à pulsação final de minhas veias,
sei que resisto. Então, resistirei.

Talvez deites ao chão todas as luzes
da noite que me vê sob as estrelas.
Talvez o amor de minha mãe afastes.
Talvez deturpes, sim, a minha história.
Talvez coloques máscaras e telas
para enganar os meus amigos. Glória
não terás desse gesto enquanto vivo.
Talvez ergas muralhas e muralhas
em redor de meu corpo e do meu grito.
Mas não transigirei, oh inimigo
do sol; e quando sequem minhas veias
torno a ser pedra ou balas de granito

(Do livro "O meu sangue na minha mão!)

 

*

 

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Página publicada em março de 2023.

 

 

 
 
 
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