Imagem e biografia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Mimnermo
MIMNERMO
Mimnermo (em grego, Μίμνερμος - Mímnermos, na transliteração) viveu em Colofão ou Esmirna (630 - 600 a.C.), foi um flautista e poeta grego, considerado o criador da elegia amorosa e hedonista. Compôs um poema mitológico-histórico sobre a fundação de Esmirna, do qual restam poucos fragmentos, e elegias amorosas, compiladas no livro Nannó. Foi muito apreciado no período helenístico e em Roma. Sua poesia, além de tematizar o desfrute do prazer amoroso, também reflete sobre a efemeridade da condição humana.
Plutarco registra uma resposta que Sólon (638 a.C. – 558 a.C. [carece de fontes]) deu a Mimnermo.[1]
Pausânias cita este poeta como o autor de uma elegia sobre a batalha de Esmirna contra Giges da Lídia, e sua opinião de que havia dois grupos de nove musas, um, mais velho, de filhas de Urano e outro, mais novo, de filhas de Zeus[2]
POESIA GREGA DE ÁLCMAN A TEÓCRITO. Lisboa: Livros Cotovia e Francisco Lourenço, 2006. 176 p. Capa e sobrecapa: Silva! Designers. ISBN 972-795-156-2
Ex. bibl. Antonio Miranda
- Elogio do prazer (fr. 1 W)
O que é a vida? O que é o prazer, sem a dourada Afrodite?
Que eu morra, quando estas coisas já não me interessem:
o amor secreto, as suaves ofertas e a cama,
que são flores da juventude sedutoras
para homens e mulheres. Mas quando chega a dolorosa
velhice, que faz até do homem belo um homem repulsivo,
tristes preocupações sempre lhe moem os pensamentos
e já não sente prazer em contemplar a luz do sol,
mas é odiado pelos rapazes e desonrado pelas mulheres.
Assim áspera foi a velhice que o deus impôs.
- Glosa sobre Ilíada VI, 146-9 (fr. 2 W)
Nós somos como as folhas que cria a florida estação
da Primavera, quando crescem depressa sob os raios do sol.
Como elas nos deleitamos num braço de tempo com as flores
da juventude, sem sabermos o que de maus ou de bom
nos virá dos deuses. Mas as negras Desgraças estão
ao nosso lado: uma delas segura o desfecho da áspera velhice;
a outra, a da morte.. O fruto da juventude é tão breve
quanto é o tempo de o sol se espalhar sobre a terra.
Porém quando passa esse fim de estação,
melhor do que ficar vivo é morrer logo.
Muitas dores acometem o espírito. Por vezes a casa
cai em ruína e ficam os dolorosos trabalhos da pobreza.
Outro homem carece de filhos e com saudade imensa
deles vai para o Hades debaixo da terra. Outro tem
uma doença destroçadoras do espírito. Não há
ninguém a quem Zeus não dê muitas tristezas.
3. Transitoriedade da beleza (fr.3 W)
Homem que antes fora lindíssimo, quando passou a hora,
apesar de pai, nem pelos filhos foi amado e honrado.
DUAS PALAVRAS: Uma publicação da Biblioteca Pública Estadual Luis de Bessa. Belo Horizonte, MG; 1983- v.1 –No. 2 – Dezembro 1985 Ex. bibl. Antonio Miranda
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mas de-pouco-tempo devém, como sonho
juventude amada. E a penosa e disforme
velhice sobre a cabeça logo sobreposta,
odiosa como também desonrosa, a qual irreconhecível põe um homem,
e lesa os olhos, também a inteligência envolvendo.
Tradutores: Jacyntho Lins Brandão - Teodoro Rennó Assunção
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Página publicada em março de 2021
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