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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS

Foto. Wikipedia


 

MARGARITA ALIGUER

 

( 1915 – 1992 )

 

 

Margarita Yosifovna Aliguer (russo: Маргари́та Ио́сифовна Алиге́рOdesa, 11 de julho/ 24 de julio de 1915.-Moscú1 de agosto de 1992) foi una poeta, bibliotecária, jornaliista y traductora soviética. Seu verdadeiro sobrenome era Zeliger (Зейлигер).

 

Trabalhou uma usina, frequentando ao mesmo tempo um curso de Química.
Publicou seu primeiros versos em 1933, ano em que ingressou no Instituto Gorki de Literatura, pelo qual se formou em 1937.
O poema “Zóia”, aparecido em 1943, tornou-a bastante popular.
Seus versos não se caracterizam pelo arrojo formal, mas distinguem-se frequentemente entre os dos seus contemporâneos por um lirismo discreto, às vezes até contido ao extremo.

 

 

ANTOLOGIA RUSSA MODERNATraduções de Augusto e Haroldo de Campos com a revisão ou colaboração de Boris Schnaiderman. Apresentação, resumos biográficos e notas de    Boris Schnaiderman.  Rio de Janeiro: Editôra Civilização Brasileira S. A., 1968.. Desenho de capa: Marius Lauritzen Bern. (Coleção POESIA HOJE, Série Antologias Volume 17. Direção de Moacyr Felix.

Ex. bibl. Antonio Miranda  

 

 

De  Primavera em Leningrado

 

 

No curso daquele longo inverno
você repetia, voz serena,
esmagando-lhe a treva de ferro:
“Resistiremos. Somos de pedra”.

Estreitava-se o anel venenoso.
O inimigo sempre está chegado.
Podíamos vê-lo rosto a rosto,
feroz, com fazem os soldados.
Leningrado sem luz e sem água!
Rações de pão: cento e vinte gramas...
Como animal ferido o céu gane,
céu mortiço, nuvens estagnadas.
As pedras suspiram,
lajes ringem...
e a gente encontra forças e vive.
Os mortos se empilham, um a um,
guerreiros numa cova comum.

Afinal cansou-se o próprio inverno.
Os turvos horizontes se abriram.
ET surgem casas negras do inferno
das bombas.  Mortas.  Não resistiram.
E vamos nós dois passando pontes
sob a asa triunfal de maio,
você se alegrava sem dar conta
do porquê desse sentir-se gaio.
Uma nuvem mostrou-se no alto,
uma brisa esfriou-se nos lábios.
Falávamos ambos num sussurro
do tempo passado e do futuro.
Vadeamos uma longa treva,
passamos pela bala em crivo:
Você dizia: “Somos de pedra”.
É mais do que pedra.
Estamos vivos.

 

    1942

 

             (Tradução de Haroldo de Campos)

   

 

*

 

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Página publicada em março de 2021


 

 

 
 
 
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