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ÁLCMAN
Álcman (em grego, Άλκμάν - Alkmán, na transliteração) foi um poeta lírico coral grego que viveu no séc. VII a.C., em Esparta. É o mais antigo dos nove poetas líricos do cânon alexandrino. Escreveu hinos e odes corais.
Álcman foi apaixonado pela poetisa Megalostrata, que tinha o poder de atrair os amantes pela sua conversa.[1] Álcman a descreve como tendo o dom das musas, e cabelos dourados.[1]
Álcman descreveu as espartanas como de cabelos dourados[2] e olhos violeta. [3] Também elogiou a beleza das espartanas como lendária, assim como Helena.
Fonte da biografia: https://pt.wikipedia.org/
POESIA GREGA DE ÁLCMAN A TEÓCRITO. Lisboa: Livros Cotovia e Francisco Lourenço, 2006. 176 p. Capa e sobrecapa: Silva! Designers. ISBN 972-795-156-2
Ex. bibl. Antonio Miranda
1 Grande Partenéion (fr. 1 PMG)
Que nenhum homem voe até ao céu
e procure desposar
Afrodite, a Cípria, a soberana...
.... inesquecíveis
trabalhos sofreram, pois praticaram o mal.
Existe a vingança divina.
Feliz é aquele que, bem intencionado,
tece o seu dia até ao fim
sem lágrimas. Eu canto
o fulgor de Ágido. Olho para ela
como para o sol, que Ágido
nos chama para testemunhar
com seu brilho. Que eu a louve
ou que a censure de todo me não deixa
a ilustre condutora do coro; pois ela parece
sobressair tal como se alguém
pusesse um cavalo no meio da manada,
um cavalo forte, arrebatador de prémios, de cascos retumbantes,
dos que são avistados em sonhos sob os rochedos.
Não vês? O cavalo de corrida
é venético. Mas o cabelo
da minha prima
Hagesícora floresce
como ouro puro.
Seu rosto é de prata.
Mas por que te digo isto às claras?
Esta aqui é Hagesícora;
ela, segunda em beleza depois de Ágido,
correrá como um cavalo da Cítia contra um da Lídia.
As Plêiades, enquanto nós
levamos um arado até Órtria,
sobem através da noite imortal
como a estrela Sírio e lutam contra nós.
Pois tal abundância de púrpura
não chega para nos proteger,
nem uma serpente variegada
toda dourada, nem o diadema
da Lídia, glória das raparigas
de pálpebras escuras como violetas;
nem os cabelos de Nano,
nem Areta semelhante às deusas,
nem Tílaquis nem Clesitera; nem tu,
amiga, irás a casa de Enesímbrota para dizeres:
"Quem me dera que Ástrafis fosse minha!
Quem me dera que Filila olhasse para mim!
E também Damáreta e a linda Iântemis!"
Mas é Hagesícora que não me larga.
Pois a rapariga dos belos tornozelos,
Hagesícora, não está aqui presente?
Não fica ao pé de Agido,
para liderar o festival?
Mas as preces delas, ó deuses,
recebei! Aos deuses cabe cumprir
e levar tudo a bom termo. Ó condutora
do coro, posso falar? Pois eu própria sou
uma rapariga a gritar em vão de uma trave,
uma coruja! Mas sobretudo a Aótis
desejo eu agradar. Pois da trabalheira
ela se nos tornou a curandeira.
Mas foi graças a Hagesícora que as raparigas
se puseram no encalço da paz adorável.
Como o cavalo atado ao carro
ao timoneiro é preciso
sobretudo obedecer.
Ela mais que as Sereias
não é melodiosa,
pois elas são deusas; qual coro
de onze raparigas canta o nosso coro de dez
Canta como um cisne junto às correntes do Xanto.
Que belos são os loiros cabelos dela...
2 Canto novo (fr. 3 PMG)
Musas do Olimpo, o meu espírito
com o desejo de um canto novo
enchei! Quero ouvir
a voz virginal
a entoar até ao céu a bela melodia.
sobre as minhas pálpebras espelhará o doce sono
depressa agitarei os loiros cabelos.
Com desejo que deslassa os membros, ela lança-me
um olhar mais derredor que o sono ou a morte.
A doçura dela não é em vão.
Astimelusa não me responde,
mas de grinalda na mão.
como uma estrela cintilante
no céu fulgente,
ou ramo de ouro ou macia panugem...
...
Quem me dera que ela me pegasse pela mão!
Depressa eu me tornaria suplicante dela.
3 Duas romãs (fr. 4 a PMG)
Sozinho planeei...
... de Posídon...
Cheguei ao agradável santuário de Leucóteas,
vindo de Trigeias; e nas mãos eu levava
duas doces romãs.
Mas depois de ao rio de lindo fluir elas
terem rezado, pediram um amorável casamento,
para experimentarem aquilo de que mulheres e homens
mais gostam, a cama do legítimo matrimónio...
4 Amante da música (fr. 12 a PMG)
Amante da música de loiros cabelos...
5 O cisne (fr. 12 b PMG)
O cisne com suas asas canta isto...
6 Musa (fr. 14 PMG)
Musa, vem, ó Musa aguda de muitos cantos,
eterna cantora! Dá início
a um canto novo para as raparigas cantarem.
7 Naturalidade (fr. 16 PMG)
Ele não era homem rústico
nem inexperto no meio
dos sábios, nem era de raça tessália
nem pastor de Erísica,
mas era da sublime Sárdis.
8 Sopa de ervilhas (fr. 17 PMG)
E um dia eu te darei uma trípode,
na qual... poderás reunir.
Ainda não esteve ao lume, mas depressa
estará cheia de sopa de ervilhas, aquela que Álcman,
o comilão, adora comer quente depois do solstício.
Ele não come coisas finas,
mas procura comida popular,
como o povo.
9 As estações do ano (fr. 20 PMG)
Fez três estações: o Verão,
o Inverno e a terceira, o Outono;
e como quarta fez a Primavera
quando tudo reverdece, mas não há
que chegue para se comer.
10 Nocturno (fr. 89 PMG)
Dormem os píncaros das montanhas e as ravinas,
os promontórios e as torrentes,]
e todas as raças rastejantes que a terra negra alimenta:
as feras das montanhas e a raçã das abelhas
e os monstros nas profundezas do mar purpúreo;
dormem as raças das avaes de longas asas.
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Página publicada em março de 2021
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