| WILLIAM BLAKE   (Londres, 28 de novembro de 1757 —  Londres, 12 de agosto de 1827) foi um poeta, tipógrafo e pintor inglês, sendo  sua pintura definida como pintura fantástica. Blake viveu num período  significativo da história, marcado pelo iluminismo e pela Revolução Industrial  na Inglaterra. A literatura estava no auge do que se pode chamar de clássico  "augustano", uma espécie de paraíso para os conformados às convenções  sociais, mas não para Blake que, nesse sentido era romântico, "enxergava o  que muitos se negavam a ver: a pobreza, a injustiça social, a negatividade do  poder da Igreja Anglicana e do estado."   Poemas ilustrados, relacionando  texto e imagens de forma fantástica.    GANDAIA – no. 6 – abril 1980.  Uma  publicação da editora boca limitada.  Editores:  Cesar Cardoso, Lino Machado, etc. Rio de Janeiro.  Ex. bibl. Antonio Miranda.     O PEQUENO  VAGABUNDO   Querida  Mãe, querida Mãe, a Igreja è fria Mas  a Cervejaria é agradável & quente & sadia. Eu  bem sei, é natural, o que pra mim é bom e normal, Lá  no céu, seu quintal, seria uma coisa muito imoral.   Mas  se na Igreja nos dessem boa cerveja, E um agradável fogo pra nossa alma  regalar, Todo santo dia nós iamos cantar e rezar, Pois assim ninguém deseja  cair fora da Igreja.   Então  o pastor vai pregar & beber & cantar, E nós ali, felizes como pardais  no verão. E a meiga Senhora Lurch, sempre perto do altar, Não zangaria com a  molecada, de chinelo na mão.   E  Deus, como um pai cheio de satisfação, Vendo seus filhos, como ele, felizes da  vida, Não teria mais bronca do Barril nem do Cão, E o beijaria & Jhe daria  roupa e comida.     william  blake    trad.  rubens   BLAKE, William.  Canções de inocência e de experiência.  Mostrando os dois estados contrários da alma  humana.  Tradução Jorge Vaz de  Carvalho.  Assírio & Alvim, 2009.  12 p.    11x17 cm.  ISBN  978-972-27-1457-9  ilus. col. capa  dura.  Fac-simile das imagens da edição  inglesa e traduções ao português.   Col. A.M.     A seguir um dos 45  poemas ilustrados do livro, que merecem ser visitados...     A Ecoante  Verdura   O Sol já levanta, E os céus logo encanta.  Toca o sino gaio Para acolher Maio.  Tordo e cotovia,  Que no bosque havia,  Cantam altos trinos,  Ao jovial som dos sinos.  Nosso jogo perdura Na Ecoanre Verdura.   Velho John das cãs  Rindo arreda afãs,  Sob o roble assente,  Entre a idosa gente.   Riem deste jogo.  Todos dizem logo  Nos tempos remotos,  Garotas & garotos,  Era assim a ventura, Na Ecoante Verdura.   Os miúdos cansados  Não estão já folgados  O sol vai baixando,  Nossos jogos findando: Rondam colo de mães,  Os irmãos e as irmãs,  Como aves no ninho,  Prontos p'ra o soninho: Já o jogo não dura,  Na escurenta Verdura.       BLAKE, William.  Sete livros  iluminados. Tradução Manuel Portela.  2ª. Edição.  Lisboa, Portugal: Antígona, 2007.  176 p.   13x21 cm.  Ilus. col.  Inclui o ensio: “Oficina gráfica & Forja  divina: a gravura como cosmogonia”, por Manuel Portela. Texto bilíngue inglês e  português.  ISBN 972-608-181-5   Ex. na bibl. Antonio Miranda    "The morning comes, the night decays, the watchmen leave their           stations; The grave is burst, the spices shed, the linen wrapped up; The bonés of death, the cov'ring clay, the sinews shrunk &  dry'd,  Reviving shake, inspiring move, breathing! awakening'.  Spring like redeemed captives when their bonds & bars are  burst,  Let the slave grinding at the mill, run out into the field: Let him look up into the heavens &: laugh Ín the bríght air; Let the inchained soul shut up Ín darkness and in sighing,  Whose face hás never seen a smile in thirty weary years; Rise and look out, his chains are loose, his dungeon doors are           open-  And let his wife and children return from the opressors scourge; They look behind at every step & believe it is a dream.  Singing. The Sun hás left his blackness, & hás found a fresher           morning  And the fair Moon rejoices in the clear &• cloudless night; For Empire is no more, and now the Lion & Wolfshall  cease.'"       «Chega a manhã, a  noite esmorece, os vigias deixam os postos; Abre-se o túmulo,  derramam-se os unguentos, dobra-se a mortalha; As ossadas dos mortos,  o barro que os cobre, os tendões mirrados           &  secos, Revivendo agitam-se,  inspiram, movem-se, a respirar! a acordar! Erguem-se como cativos  resgatados quando grilhetas & grades se           quebram; Que o escravo a  labutar no engenho corra lá para fora para os           campos,  Que olhe para os céus  & ria no resplendor do ar; Que a alma agrilhoada  encerrada em escuridão e mágoa,  Cujo rosto não  conheceu sorriso em trinta penosos anos,  Se erga e olhe lá para  fora, as cadeias soltas, as portas do calabouço           abertas.  E que a mulher e os  filhos se libertem do látego do opressor; Olham para trás a cada  passo & julgam que é sonho. Cantam 'O Sol deixou  as trevas, &• encontrou manhã mais fresca E a bela Lua rejubila  na noite clara & sem nuvens, Pois o Império acabou,  e agora Leão & Lobo hão-de cessar.» 
   Extraído de  POESIA SEMPRE  -  Ano 6 – Número 9  - Rio de Janeiro -  Março 1998. Fundação BIBLIOTECA NACIONAL – Departamento Nacional do Livro  -  Ministério da Cultura.  Ex. bibl. Antonio Miranda   The Shepherd How  sweet is the Shepherd´s sweet lot!From the morn to the evening be strays;
 He shall follows his shep all day,
 And his tongue shall be filled with praise.
 For  he hears the lamb´s innocent call,And he hearsthe ewe´s tender reply;
 He is watchful while they are in peace,
 For they know when their Shepherd is nigh.
                      O pastor                    Ó quão doce é o rebanho do pastorDesde  a manhã até a tarde ele vaga.
 Deverá  conduzir suas ovelhas durante o dia
 E  sua voz se levanta apenas para pregar.
                    Ao  ouvir o chamado inocente dos cordeirosOu  a terna resposta das ovelhas
 Ele  atenta enquanto estão em paz,
 Pois  todo o rebanho lhe sente a doçura.
                                       Tradução de Denise Emmer   The Little Boy Lost Father,  father, where are you goingO do not walk so fast
 Speak father, speak to your little boy
 Or else I shall be lost.
 The  night was dark no father was thereThe child was wet with dew.
 The mire was deep, & thw child did weep
 And away athe vapour flew.
            O menininho  perdido          Meu pai, meu pai, para onde vaiAi,  não caminhe tão apressado
 Fale,  pai, fale ao teu menino
 Ou  logo estarei abandonado.
          A  noite era escura nenhum pai presenteA criança de orvalho molhada.
 O  charco fundo, a névoa subia lentamente
 E  a criança soluçava.
                    Tradução de Renato Rezende   The Little Boy Found The  little boy lost in the lonely fen,Led by the wand´ring light,
 Began to cry, but God ever nigh,
 Appeard like his father in white.
 He  kissed the child &  by the hand ledAnd to his mother brought,
 Who in sorrow pale, thro´the lonely dale
 Her little boy weeping sought.
                      O menininho  encontrado                    O menininho no charco solitário,Tangido  pela luz bruxuleante,
 Começou  a chorar, mas Deus à noite
 Surgiu-lhe  como um pai aconchegante.
                    Ele  beijou a criança e pela mãoTrouxe-a  de volta à mãe, que bem cedinho,
 Já  pálida de dor, no ermo do vale,
 Buscava  soluçando o menininho.
                             Tradução de Ivan Junqueira   Spring Sound  the Flute!Now it´s mute.
 Birds delight
 Day and Night.
 Nightingale
 In the dale
 Lark in Sky
 Merrily
 Merrily Merrily to welcome in the Year
 Little  BoyFull of joy.
 Little Girl
 Street and small.
 Cock does crow
 So do you.
 Merry voice
 Infant noise
 Merrily Merrily to welcome in the Year
 Little  LambHere I am,
 Come and lick
 My White neck.
 Let me pull
 Your soft Wool.
 Let me kiss
 Your soft face.
 Merrily Merrily to welcome in the Year
            Primavera
 Soe  a flauta!
 Agora  quieta.
 Aves  em deleite
 Noite  e Dia.
 Andorinha
 No  vale
 No  ar a cotovia
 Feliz
 Feliz  feliz
 dando  ao Ano as boas-vindas.
          Menininhocheio  de alegria.
 Menina
 doce  e pequenina.
 O  galo canta
 como  fazem as crianças.
 Voz  doce e gentil
 Barulho  infantil.
 Feliz  feliz
 dando  ao Ano as boas-vindas.
          CarneirinhoAqui  estou eu,
 Venha  lamber
 Meu  pescoço.
 Deixe-me  alisar
 Tua  lã macia
 E  beijar teu rosto.
 Felizes  felizes
 damos  boas-vindas ao Ano Novo.
   The Blossom Merry  Merry SparrowUnder leaves so green
 A happy Blossom
 Sees you swift as arrow
 Seek your cradle narrow
 Near my Bosom.
 Pretty  Pretty RobinUnder leaves so green
 A happy Blossom
 Hears you sobbing sobbing
 Pretty Pretty Robin
 Near my Bosom.
   O botão Feliz  Feliz Beija-florSob as folhas do jardim
 O botão de uma rosa em flor
 Te vê rápido como o vento
 Procura teu ninho estreito
 Perto de mim.
 Preciosa  Preciosa AndorinhaSob as folhas do jardim
 O botão de uma flor de rosa
 Escuta tua ladainha
 Preciosa Preciosa Andorinha
 Perto de mim.
           Tradução de Renato Rezende   Night  The  sun descending in thw WestThe evening star does shine,
 The birds are silent in their nest,
 And I must seek for mine,
 The moon like a flower,
 In heavens high bower,
 With silente delight,
 Sites and smiles on the night.
 Farewell  green fields and happy groves,Where flocks have took delight;
 Where lambs have nibbled silente moves
 The feet of angels bright;
 Unseen they pour blessing,
 And joy without ceasing,
 On each bud and blossom,
 And each sleeping bosom.
 
 They lock in every thoughtless nest,
 Where birds are covered warm;
 They visit caves of everey beast,
 To keep them all form harm,
 I they see any weeping,
 That should have been sleeping
 They poor sleep on their head
 And sit down by their bed.
 When  wolves and tygers howl for preyThey pitying stand and weep;
 Seeking to drive their thirst away,
 And keep them from the sheep.
 But  if they rush dreadful,The angels most heedful,
 Receive each mild spirit,
 New worlds to inherit.
 And  there the lions ruddy eyes,Shall flow with tear of gold;
 And pitying the tender cries,
 And walking round the fold:
 Saying wrath by his meekness
 And by his health, sickness,
 Its driven away,
 From our inmortal day.
 And  now beside thee bleating lamb,I can lie down and sleep:
 Or think on him who bore thy name,
 Grase after thee and weep.
 For wash´d in lifes river,
 My bright mane for ever,
 Shall shine like the gold,
 As guard o´er the fold.
 
            Noite          O sol devagar desce a casa,A  estrela vespertina brilha,
 As  aves quietas em sua morada,
 E  eu devo buscar a minha,
 A  lua é como um jasmim,
 No  mais alto celestial jardim;
 Com  delicioso deleite,
 Senta-se  e sorri para a noite.
          Adeus,  alegres arvoredos e campos verdes,Que  rebanhos desfrutaram com deleite,
 E  onde mordiscaram cordeiros, a noite
 silente
 Move  os pés dos anjos eleitos,
 Invisíveis,  eles lançam bênçãos,
 E  um entusiasmo infinito,
 A  cada ramo e botão,
 E  a cada sonolento coração.
          Examinam  todo sossegado ninho,Que  para pássaros são abrigo;
 Visitam  grutas de todo bicho,
 Mantendo-os  fora de perigo;
 E  se escutam um choramingo,
 De  algo que deveria estar dormindo
 Deitam  sono em seu peito
 E  se sentam ao lado no leito.
          Quando  lobos e tigres uivam por caçaEles,  compassivos, permanecem, procurando
 Apaziguar  sua fome, evitar a desgraça,
 E  mantê-los longe do rebanho;
 Mas  se atacam, poderosos,
 Estes  anjos puros, caridosos,
 As  doces almas recebem,
 Nos  novos mundos para onde sobem.
          Lá  onde leões com retinas vermelhas,Vertem lágrimas douradas,
 E  caminhando entre as ovelhas,
 E  compadecendo-se de suas mágoas,
 Dizem:  o —dio pela sua docilidade
 E  a doença pela sua sanidlade,
 São  retirados, para sempre externos
 Ao  nosso para´so eterno.
          E  ao lado do Vosso cordeiro que dorme,Agora  eu posso me deitar e dormir,
 Ou  pensar naquele que leva o Vosso nome,
 Por  Vos ser pastoreando e me ungir.
 Pois  purificada pelo rio da vida,
 Para  sempre minha jiba altiva,
 Há  de brilhar como outro puro,
 Enquanto  ao rebanho amparo.
                    Tradução de Renato Rezende 
 The Lamb      Little Lamb, who made thee?Dost thou knowwho made thee?
 Gave thee life & bid the feed
 By the stream & o´er the mead;
 Gave the clothing of delight,
 Softest clothing, wooly, bright;
 Gave the such a tender voice
 Making all the vales rejoice?
 Little Lab, who made thee?
 Dost thou know who made thee?
    Little Lamb, I´ll tell thee,Little Lamb, I´ll tell thee,
 Hse is called by thy name,
 For he call himself a Lamb.
 He is meek& be is mild;
 He bacame a little child:
 I a child by his name.
 Little Lamb, God bless thee.
 Little Lamb, God bless thee.
            O cordeiro             Cordeirinho, quem te fez?sabes que foi que te fez?
 Quem  te deu manto de lã
 Tão  alva, macia & louça?
 Quem  te deu voz tão suave
 Que  alegra todos os vales?
 Cordeirinho, quem te fez?
 Sabes quem foi que te fez?
             Cordeirinho, eu te direi,Cordeirinho, eu te direi:
 Pelo teu nome é que o chamam,
 E  Cordeiro ele me diz chamar-se.
 Ele  que é paz & candidez;
 E  criancinha se fez:
 Tu  cordeiro & eu criança
 Pelo  nome dele nos chamam
 Cordeirinho, Deus te abençoe.
 Cordeirinho, Deus te abençoe.
   The Sick Rose
 O  Rose, thou art sick!The invisible worm,
 That flies in the night,
 In the houling storm.
 Has  found out thy bedOf crimson joy:
 And his dark secret love
 Does thy life destroy.
             A rosa enferma
 Rosa,  estás enferma!
 O  verme invis´vel
 Que  voa de noite,
 No  uivar da tormenta.
          Achou tua alcovaDe  rútilo riso;
 Negro  amor oculto
 Te  destrói a vida.
                             Tradução de Ivo Barroso
 The Fly Little  Fly,The summer´s play
 My thoughless hand
 Has brush´d away.
 Am  not IA fly like thee?
 Or art not thou
 A man like me?
 For  I danceAnd drink & sing
 Till some blind hand
 Shall brush my wing.
 If  thought is lifeAnd strenght & breath,
 And the want
 Of thought is deathl,
 Then  am IA happy fly
 If I live
 Or if I die.
            A mosca          Pequena MoscaTeus  jogos de estio,
 Minha  irrefletida
 Mão  os destruiu.
          Pois,  como tu,Mosca  não sou eu?
 E  não és tu
 Homem  como eu?
          Eu  canto e danço eBebo,  até que vem
 Mão  cega arrancar-me
 As  asas também.
          Se  é o pensamentoVida,  sopro forte,
 E  a ausência do
 Pensamento  morte,
          Então  eu souUma  mosca travessa,
 Mesmo  que viva,
 Ou  que pereça.
                    Tradução de José Paulo Paes   The Tiger Tiger!  Tiger! Burning brightIn the forests of the night,
 What imortal hand or eye
 Could frame thy fearful symmetry?
 In  what distant deeps os skiesBurnt the fire or thine eyes?
 On what wings dare he aspire?
 What the hand dare seize the fire?
 And  what shoulder, and what art,Could twist the sinews of they heart?
 And when thy heart began to beat,
 What dread nand? and what dread feet?
 What  the hammer? what the chain?In what furnace was thy brain?
 What the anvil? What dread grasp
 Dare its deadly terrors clasp?
 When  the stars threw down their spears,And water´s heaven with their tears,
 Did he smile his work to see?
 Did he who the Lamb make thee?
 Tiger!  Tiger! burning brightIn the forests of the night,
 What imortal hhand or eye
 Dare frame they fearful symmetry?
            O tigre          Tigre! Tigre! Tocha tesaNa  selva da noite acesa,
 Que  mão de imortal mestria
 Traçou  tua simetria?
          Em  que abismos ou que céusO  fogo há dos olhos teus?
 Em  que asa se inspira a trama
 Da  mão que te deu tal chama?
 Que  artes ou forças tamanhasEntrançaram-te as entranhas?
 E ao bater teu coração,
 Pés de horror? De horror a mão?
 Que  malho foi? Que limalha?De teu cérebro a fornalha?
 Qual bigorna? que tenazes
 No terror mortal que trazes?
 Quando  os astros dispararamSeus raios e os céus choraram,
 Riu-se ao ver sua obra quem
 Fez a ovelha e a ti também?
 Tigre!  Tigre! Tocha tesaNa selva da noite acesa
 Que mão de imortal mestria
 Traçou tua simetria?
           Tradução de Ivo Barroso                
 
 Infant  Sorrow My  mother groand! my father wept.Into the dangerous world I leapt:
 Helpless, naked, piping loud:
 Like a fiend hid in a cloud.
 Struggling  in my fathers hands:Struggling against my swading hands:
 Boud and weary I thought best
 To sulk upon my mother´s breast.
            Dor infantil          Minha mãe gemia ! meu pai em prantos !No  perigoso mundo eu adentrava
 Sem  ajuda, nu, chorando alto
 Como  um monstro escondido numa nuvem.
          Lutando  nas mãos de meu paiLibertando-me  do cordão umbilical
 E,  assim, amarrado e cansado: pensei melhor
 E  segui o seio aconchegante de minha mãe.
                    Tradução de Denise Emmer   A Poison Tree I  was angy with my friend:I told my wrath, my wrath did end.
 I was angry with my foe:
 I told it notl, my wrath did grow.
 And  I waterd it in fears,Night & morning with my tears:
 And I sunned it with smiles,
 And with soft deceitful wiles.
 And  it grew both day and night,Till it bore na apple bright.
 And my foe beheld it shine.
 And he knew that it was mine.
 And  into my Garden stole,When the night had veild the pole;
 In my morning glad I see,
 My foe outstretched beath the tree.
            Uma árvore  do veneno          Sentia raiva de um companheiroConfessei  o — dio, o — dio se foi inteiro.
 Sentia  raiva de um inimigo
 Fiquei  calado, o — dio vi crescido.
          E  por mim irrigado com lágrimasEm  noites e dias de lástimas.
 E  escondido sob sorrisos gentis
 E  com corteses, enganosos ardis.
          Cresceu  dia e noite, incessanteAté  florescer num pomo brilhante.
 Meu  inimigo cobiçou seu lustro
 E  ele sabia que era meu o fruto.
          Entrou  no meu pomarQuando  a noite mascarou o dia — para roubar.
 Satisfeito,  vi meu inimigo, pela manhã
 Estirado  sob a árvore desta maçã.
                    Tradução de Renato Rezende 
 
 
 DUAS PALAVRAS:  Uma  publicação da Biblioteca Pública Estadual Luis de Bessa. Belo Horizonte,  MG; 1983-  v.1 –No. 2 – Dezembro 1985                                     Ex. bibl. Antonio Miranda   Little Fly Little  fly
 Thy summer-s play
 My thoughtless hand
 Has brushed away
 
 Am not I
 A fly like thee
 Or are not thou
 A man like me
 
 For I dance
 And drink and sing
 Till some blind hand
 Shall brush my wing
 
 If thought is life
 And strenght and breath
 And the want
 Of thought is death
   Then am IA happy fly
 If I live
 Or I die
 
   Pequeno Vôo   Mosca,  moscaTeu vôo de verão
 Minha insensata mão
 Afugentou em vão
 
 Sei que não sou
 Mosca como és
 E tampouco és
 Homem como eu sou
 
 Porque eu danço
 E bebo e canto
 até que a mão sem senso
 Meu vôo espanta
 
 Se desejo é vida
 é força e é sorte
 E a falta
 de desejo é a morte
 
 Então eu sou
 feliz inseto
 Vivo ou morto
 Errado ou certo.
          Tradutor:   Tonico Mercador     *   VEJA e LEIA outros poetas do mundo em nosso PORTAL: http://www.antoniomiranda.com.br/poesiamundialportugues/poesiamundialportugues.html    Página publicada em março de 2021 Página ampliada e republicada em janeiro de 2018.
 
 
 
              
 
 
 
 
       
 |