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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

WEYDSON BARROS LEAL

 

Poemas-objetos estão na ordem do dia. A Editora Guararapes - EGM lançou estas garrafas cujos rótulos estampam versos do pernambucano Wedson Barros Leal.  Não é muito fácil ler os poemas nas imagens divulgadas, mas vale o registro do trabalho do poeta-artista.

Material gentilmente enviado pelo editor Edson Guedes de Morais.

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS    -    TEXTOS EN ESPAÑOL

 

WEDSON BARROS LEAL

WEDSON BARROS LEAL

 

 

 

LEAL, Weydson Barros.  Os círculos imprecisos.  São Paulo: Massao Ohno Editor, 1994.  106 p.  14x21 cm.  Capa: colagem-pintura acrílica de Francisco Brennand.  Col. A.M. (EA)

 

O CÁLICE DE OSSOS

 

como uma cura ou uma montanha iluminada

a cerimónia resiste — sua ausência

nesta pele que se busca

em sua fome

 

onde está

se é de mim que se alimenta?

preciso da voz desse vazio que fala

traduzo o silêncio dos que erguem segredos

a sombra que busco é a metade que não sei

 

 

A FESTA

 

as luzes da noite no espelho do dia

atira sobre a laje a música sua epifania

o relógio destila seu silêncio de seta

rege o silêncio as patas da noite

 

era a vida o seu melhor divertimento

a morte e seu espetáculo de hipopótamos e lâmpadas

os anjos carregam sirenes como se fossem felizes

 

 

O ESPELHO DE MEDUSA

 

do amor antigo o seu andrajo em que se guarda

em sua memória copulam serpentes sementes que matam

 

respira a sua dor que também é pensamento

pelas fitas da tarde a noite desce

 

conheço a magia das ceifeiras antigas

para o medo do infinito sonhavam com o tempo

 

o amor sabe as letras de seu inferno de cores

o amor que em tudo cabe e em nada se completa

 

sob o lodo do telhado ao lado

vê-se um cão mordendo as mãos do vento

 

reconheço no tempo seus outros trabalhos

 

 

 

 

Extraído de:
2011 CALENDÁRIO   poetas     antologia
Jaboatão dos Guararapes, PE: Editora Guararapes EGM, 2010.
Editor: Edson Guedes de Morais

 

/ Caixa de cartão duro com 12 conjuntos de poemas, um para cada mês do ano. Os poetas incluídos pelo mês de seu aniversário. Inclui efígie e um poema de cada poeta, escolhidos entre os clássicos e os contemporâneos do Brasil, e alguns de Portugal. Produção artesanal.


 

TEXTOS EM PORTUGUÊS    -    TEXTOS EN ESPAÑOL

 

ANTOLOGÍA DE POESÍA BRASILEÑA, edición de Jaime B. Rosa. Organización Floriano Martins y José Geraldo Neres.  Muestra gráfica y portada Hélio Rôla. Edición bilingüe  Português - Español.   Valencia, España: Huerga & Fierro editores, 2006.  247 p   13,5x21,5 cm.   Poetas: Lucila Nogueira, Glauco Mattoso, Adriano Espínola, Beth Brait Alvim, Contador Borges, Donizete Galvão, Floriano Martins, Nicolas Behr, Jorge Lúcio de Campos, Vera Lúcia de Oliveira, Rubens Zárate, Ademir Demarchi, Ademir Assunção, Leontino Filho, Marco Lucchesi, Weydson Barros Leal, António Moura, Maria Esther Maciel, Rodrigo Garcia Lopes, José Geraldo Neres, Viviane de Santana Paulo, Alberto Pucheu, Fabrício Carpinejar, Salgado Maranhão, Sérgio Cohn, Rodrigo Petronio, Konrad Zeller, Pedro Cesarino, Mariana lanelli. Traductores: Adalberto Arrunátegui, Alfonso Pena, Aníbal Cristobo, António Alfeca, Benjamin Valdivia, Carlos Osório, Eduardo Langagne, Floriano Martins, Gladis Basagoitia Dazza, Luciana di Leone, Margarito Cuéllar, Marta Spagnuolo, Paulo Octaviano Terra, Reynaldo Jiménez e Tomás Saraví. Ex. bibl. Antonio Miranda. 

 

A SEMANA

 

Devemos amar quando crianças.

Quando verdadeiramente somos

O medo e a solidão, a alegria e o contentamento

Em coisas demasiado simples, como

Parcerias em jogos de cartas, doces, guardados,

A vizinhança em assentos públicos.

 

Na idade adulta não se deve amar.

 

Não sabe o amor a idade da razão

Onde em si não cabe com o instinto animalesco da pureza.

Dizemos amar num tempo em que há o punho da
                                                                [sobrevivência,

Mas o amor não distingue a fome, e uma cegueira

Não alimenta o mesmo corpo que o pão corrói.

Amamos por piedade, por chão,

Amamos em agradecimento,

Amamos por pena, por cura, por limites,

Por precisão.

Amamos em detrimento, em culpa e abnegação;

Dizemos amar por paixão

Quando amamos em número,

E ávidos permanecemos escutando moedas e dentes

Em cerimónias e jornais.

 

Amamos por paz e por guerra,

Amamos por ódio, por reclusão,

Por definhamento e morte.

 

Somos amantes do companheiro, que é vão

Entre a arte e a solidão dos que só amam.
 Amamos o medo que não nos deixa ficar sós,

E amamos as pessoas absolutamente sós, sós
                                                           [por nós

E que não tenham mais ninguém

A não ser os frutos do nosso conhecimento.

Buscamos amar o futuro e o passado —

Perseguimos o passado— e ambos não existem

Se o amor é onde e quando eternamente: amamos a vida —

 

A morte é a solidão desenvolvida.

 

Amamos sempre em 3a. pessoa,

Quando nosso cego propósito é um aniquilamento

Em nome de todas as formas verbais —

Amamos quando somos cegos. —

E as vidas, como os amores e as mortes —

O amor e a morte são próximos

Como o ódio e a paixão —

Sempre acompanhadas de ritos e cerimónias ridículas,

Seguem pelas ruas a distribuir flores

E cartões de seasons.

Amamos quando estamos infinitamente doentes

De uma morte que se recupera — o amor é queda

E levitação.

Sejamos mais novos,

Envelheçamos como quixotes que geram sonhos e ilusões —
 

O amor é isto.

E não saberemos viver outra vida sem morte

Como não se cai sem estar de pé,

Como não se vê o sol sem estar de pé,

Como não se deve dizer como

Acabam os poemas,

Como findam as penas,

Como findam o amor e a semana,

Ou como ambos se renovam.

 

 

 

LA SEMANA

 

Debemos amar cuando niños.

Cuando verdaderamente somos

el miedo y la soledad, la alegria y el contento

en cosas demasiado simples, como

cuadrilla en juegos de cartas, dulces, cautelas,

la contigüidad en bancas públicas.

 

En la edad adulta no se debe amar.

 

No sabe el amor la edad de la razón

donde en sí no cabe con el instinto animal de la pureza.

Décimos amar en un tiempo en que hay el puño de la
                                                          [supervivencia,

pero el amor no distingue el hambre, y una ceguera

no alimenta al mismo cuerpo que el pan royó.

Amamos por piedad, por llaneza,

amamos en agradecimiento,

amamos por pena, por cura, por limites,

por precisión.

Amamos en detrimento, en culpa y abnegación;

décimos amar por pasión

cuando amamos en número,

y ávidos permanecemos auscultando monedas y dientes

en ceremonias y periódicos.

 

Amamos por paz y por guerra,

amamos por ódio, por reclusión,

por acabamiento y muerte.

Somos amantes dei companero, que es vácuo

entre el arte y la soledad de los que a solas aman.

Amamos el miedo que no nos deja estar solos,

y amamos a las personas absolutamente solas, solas
                                                             [por nosotros

y que no tienen a nadie más

a no ser los frutos de nuestro conocimiento.

Buscamos amar el futuro y el pasado —

perseguimos el pasado —y ambos no existen

si el amor es dónde y cuándo eternamente: amamos la vida —

la muerte es soledad desentrañada.

 

Amamos siempre en 3a persona,

cuando nuestro ciego propósito es un aniquilamiento

en nombre de todas las formas verbales —

amamos cuando somos ciegos.

Y las vidas, como los amores y las muertes —

el amor y la muerte son vecinos

como el odio y la pasión —

siempre acompañadas de ritos y ceremonias ridiculas,

siguen por las calles para repartir flores

y tarjetas de seasons.

Amamos cuando estamos infinitamente dolientes

de una muerte que se recupera —el amor es caída

y levitación.

Seamos más nuevos,

envejezcamos como quijotes que generan sueños e ilusiones —

el amor es esto.

 

Y no sabremos vivir otra vida sin muerte

como no se cae sin estar de pie,

como no se ve el sol sin estar de pie,

como no se debe decir cómo

acaban los poemas,

cómo terminan las penas,

cómo acaban el amor y la semana,

o cómo ambos se renuevan.

 

 

O OUTRO DIA

 

          a Ivan Junqueira

 

O que comemoramos?
Ainda o tempo é a sua antiga fome,

único alimento de nossa invertida construção.

No fim, é a mesma estação, o mesmo indício: duna

que â luz movimenta com os remos dos dias.

Sob o olho íntimo de tudo, brindamos a boda do
                                             [assinalado registro,

e cada hora é uma mesma cruz à beira da mesma
                                                                [estrada.

Acima dos telhados acendem-se corpos, silêncios,
                                                            [estrondos,

enquanto a noite balança a sua peneira de luzes.

Da boca de cada janela ouve-se o hálito

de alguma música. O mundo se inventa

na melodia que escuta —

busca o incêndio

o eterno fogo —

quer o corpo a sua dança —

e ainda o tempo respira a si mesmo,

busca seu fim, seu recomeço.

O que comemoramos, se é esse fim

o inadiável endereço?

É o fim, então, a festa?

O desenlace das mãos, tudo o que nos reserva?

A noite enrijece seus membros, esfria seus muros,

bebe os escuros do próprio luto.

É o tempo à nossa frente, a luz, o dia,

e talvez, por isso, comemoramos.

 

 

EL OTRO DÍA

 

          A Iván Junqueira

 

¿Qué conmemoramos?

Aún el tiempo es su antigua hambre,

único alimento de nuestra inversa construcción.

Al fin, es la misma estación, el mismo indicio: duna

que la luz mueve con los remos de los días.

Bajo el ojo íntimo de todo, brindamos la boda del
                                                     [señalado registro,
y cada hora es una misma cruz a la orilla del mismo

                                                                   [camino.

 

Encima de los tejados se encienden cuerpos, silencios,
                                                               [estruendos,

mientras la noche balancea su criba de luces.

De la boca de cada ventana escúchase el hálito

de alguna música. El mundo se inventa

en la melodía que escucha—

busca el incendio

el eterno fuego —

quiere el cuerpo ya su danza —

y todavía el tiempo se respira a sí mismo

en busca de su fin, su recomienzo.

¿Qué conmemoramos, si es ese fin

la inevitable dirección?

¿Es el fin, entonces, la fiesta?

¿El desenlace de las manos, todo lo que nos reserva?

La noche hace rígidos sus miembros, enfría sus muros,

bebe las sombras de su propio luto.

Es el tiempo en nuestra frente, la luz, el día,

y tal vez, por eso, conmemoramos.

 

 

 

 

 

 

 

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