TOM PHILLIPS
|
Muitos artistas descobriram as palavras, ou até mesmo as letras, como formas em si mesmas, independentemente de seus significados na linguagem escrita. Fizeram composições letrísticas radicais, baseadas em montagens "textuais" (sic), não discursivas, articulando um diálogo criativo entre palavra e imagem. É o caso de Tom Phillips. Sobrepõe letras e tensiona um "texto" imagético em que é possível identificar algumas palavras, mas jamais uma frase longitudinal ou linear de leitura convencional. Apresenta camadas de letras-palavras que podem levar a combinações fortuitas no campo semântico, desarticuladas, que o autor não previu enquanto mensagem explícita, bastando-se em sua pura visualidade. "HERE WE", "MODEST", "THESIS" são legíveis como forma e como signos linguísticos, mas sem pretender expressar uma ideia inteligível enquanto texto, pois aparecem sobrepostas, desconectadas, no legítimo afã de uma montagem pictórica, baseada no letrismo, enquanto imagens sem pretensão literária. [ É possível que alguém consiga reconstituir algum texto sub-liminar, oculto, mas improvável como pretensa mensagem explícita do artista... ] Uma desconstrução formal que se expõe iconograficamente livre de sua significação lógico-formal; diálogo, sim, mas sem discurso, entre poesia e arte. Para o olho. O resto é subjetivismo.... A.M. |