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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto extraída de http://davidmassena.com/


SADY BIANCHIN

 

 

 

Poeta, ator, jornalista, diretor teatral e sociólogo. Doutor em Teatro e Sociedade pela Universidade de Roma- Itália,  mestre em Ciência da Arte - UFF. Publicou cinco livros de poesia, entre eles: Nervo Exposto, Poesia no sentido litoral e Circo Armado. Professor de dramaturgia, cultura brasileira e sociologia nas Faculdades Integradas Hélio Alonso - FACHA, Professor  de Estética e cultura de massa na Universidade Candido Mendes - UCAM, coordenador d Pós-Graduação em Gestão da Cultura na Universidade Estácio de Sá - UNESA. Criou os projetos de poesia : Rio de Versos, Barca das Dez, Ponte de Versos e Forum Poesia no Rio de Janeiro. Leiam  poemas do autor em: http://www.almadepoeta.com/sadybianchin.htm

 

O poema visual a seguir consta de sua primeira aventura poética em livro – o NERVO EXPOSTO (Edições Gang, 1993), ainda muito jovem.

 

POESIA DO BRASIL.  Vol. 5.  XV CONGRESSO BRASILEIR0 DE POESIA. Org. Ademir Antonio Bacca.  Bento Gonçalves: Proyecto Cultural Sur - Brasil, 2007.   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

Eles verão

 

O sonho suado transbordante
que arrasta a realidade

 

Eles têm medo

dos poetas que incomodam

 

Eles têm medo

da alegria que somos capazes
de arrancar do futuro

 

Eles têm medo

daqueles que inventam o mar

na pia do banheiro

e as estrelas no céu da boca

 

Eles têm medo

dos que andam com a cabeça

enquanto os pés estão numa verde-aventura

 

Eles têm medo

do jogo transparente onde o goleiro
é um doido de pedra embaixo
de uma trave de arco-íris

 

Eles têm medo

de uma arte diferente

que ilumina o cotidiano

com a fúria que nos amanhece

de uma lua quebrada da paixão

ou feito um lingote incandescente

retirado dos fornos profundos

das usinas metalúrgicas

 

Recomecemos o mundo!

 

 

 

Profissão

 

Para: Tainá Dominoni Bianchin

 

Sou outro, enfim, memória do mato
que brota na selva de pedra
no meio do rio de asfalto

 

Assim, vivo esse eterno vício
inventando ideias,
costurando problemas

 

Sou um artesão de poemas.

 

 

 

 

Rio de Jah Negro

 
À Luis Melodia

 

 

Gritos perdidos na selva de ilusão história oficial - imperial trezentos anos de solidão

 

Fumaça na rua, na praia, na praça a cidade está negra negra melodia da paixão

 

Cantando minha sina lua abaixo , rio acima acredito que a liberdade pode estar na próxima esquina

 

O olhar do alto irradia

põe pão- põe poesia

que os jornais do Brasil anunciam

 

É gente comendo o pão que o diabo amassou com a massa de trigo meu coração é desta tribo!

 

 

 

 

Poema socialista

 

À Washington "Quaquá"

 

Ela foi-ce
eu martelo.

 

 

 

Pinel

 

Minha alma é presa
da mais livre loucura.

 

 

 

Solidário

 

Meu coração é um bordel

todo mundo ocupa

mas ninguém paga aluguel

 

 

 

Testamento

 

Meu sangue

é dos que desapareceram
e não negociaram

 

Minha alma

é dos índios, dos negros
e de todos os oprimidos

 

Minha carne
deixo aos amantes
e apaixonados

 

Minha fome é de nuvens

 

E eu não tenho outro amor

a não ser o dos revolucionários.

 

 

Página publicada em outubro de 2020

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




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