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O POEMA PROCESSO

 

                                        por Gilberto Mendonça Teles

 

 

          Nas suas publicações iniciais não era possível saber se o grupo escrevia poemas de processo ou de protesto. O certo é que surgiu protestando, em 1967, no Rio de Janeiro, rasgando na sacada do Teatro Municipal livros de Drummond,

Vinícius e João Cabral. Para eles, esses poetas estavam ultrapassados. O líder do movimento (foi Wlademir Dias-Pino, e-iparticipante da poesia concreta. A linguagem adoptada nos seus manifestos e a técnica de composição de seus «poemas» são quase as mesmas da poesia concreta. Só que os representantes do poema processo foram mais «longe»: procuraram sair do código linguístico da linguagem comum para se instalar numa espécie de galáxia semiótica que os tornaram muito mais «desenhistas» e «pintores» do que verdadeiramente poetas, desde que se mantenha o significado histórico desta palavra. Utilizaram a fotografia, lançaram mão das colagens e dos desenhos. Uma de suas originalidades é a versão, ou seja, a possibilidade de o poema se apresentar através da palavra, do desenho e do movimento, como em certas formas de escultura. Os seus «técnicos» falam também em projecto, isto é, o poema antes de ser realizado numa ou noutra dessas linguagens mencionadas. Toda a ocumentação deste movimento se encontra no livro Processo: linguagem e comunicação, que Wlademir Dias-Pino publicou em 1971. Mas na segunda edição, de 1974, já aparece um manifesto pondo fim ao movimento. Eis dois desses «poemas» processo: um, de José de Arimathéia, mostra como o analfabeto (impressão digital) vai-se alfabetizando (movimento progressivo da escrita, do a); outro, inidentificável por agora, mostra o esfarelamento do alfabeto, o processo de sua modificação em face dos outros meios de comunicação. Of. gravura, na página seguinte.

 

 

 

 

          O experimentalismo foi, no Brasil, o resultado de uma natural e ao mesmo tempo provocada atitude perante a linguagem. A vanguarda da década de 20, o modernismo, recebeu influências radicais que foram postas de lado, consideradas

não pertinentes à cultura brasileira. A vanguarda da década de 50, ou à neovanguarda, o experimentalismo, como o denominamos, foi exactamente a retomada e a exacerbação dessas influências desprezadas pelos modernistas. De modo que modernismo e experimentalismo se juntam e se completam na manifestação da melhor literatura brasileira neste século. Não importa que algumas (ou muitas) de suas caracterizações provenham de literaturas estrangeiras, o que se conta é a capacidade e originalidade em adaptá-las e em transformá-las em ingredientes da cultura nacional.

 

 

Extraído de:

TELES, Gilberto MendonçaEstudos de Poesia brasileira.  Coimbra: Livraria Almeidina, 1985. (p. 67-69)

 

Página publicada em junho de 2015

 

 

 
 
 
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