PAUL ÉLUARD
– CALIGRAFIA ÁRABE
( HASSAN MASSAUD )
Certo: Paul Éluard não era um calígrafo nem praticava a confecção de caligramas ou outro tipo de poesia visual, embora sua poesia fosse rica de imagens.
O que apresentamos aqui são dois fragmentos de sua poética elaborados pelo calígrafo HASSAN MASSAUD, em seu ateliê de Paris. Extraordinário mestre da arte caligráfica árabe – khat -, Massaud mereceu de sua discípula Aida Rameza Hanania (professora da USP) um estudo e a reprodução de uma seleção de suas mais notáveis peças*.
PAUL ÉLUARD dispensa apresentação. Cremos que é mais apropriado tecer alguns comentários, a partir da obra de Hanania, do sentido da caligrafia árabe. L. J. Lauand, na orelha do citado livro, afirma que ela “é a mais fiel expressão cultural do mundo árabe-islâmico, o leitor é levado não só às origens dessa arte, mas a palavra alcorâmica e aos alicerces da cultura árabe em geral”. Tivemos esta sensaçã, em estado de êxtase, quando visitamos o Alhambra, em Granada, Espanha, onde a decoração dos palácios está centrada no letrismo dos textos, sagrados ou profanos. Uma decoração não-figurativa, ornamental e artística. Nas palavras da autora da obra, “A escrita, e sobretudo a caligrafia árabe, é uma das formas mais proeminentes de inserção do signo na realidade e na memória dos homens, pois fixa a língua que se tornou o veículo da revelação.” (HANANIA, p. 13).
“Em meus cadernos de escolar, escrevo teu nome, liberdade.”
(Paul Éluard)
“Habituamo-nos a atuado, menos a esses aviões de chumbo”.
(Paul Éluard) Caligrafia de H. M., 1991
[Quem desejar aprofundar-se no tema, fica aqui o convite para visitar o livro de Ainda Rameza Hanaina e desfrutar da beleza da criação caligráfica de Hassan Massaud, em:
HANANIA, Ainda Rameza. A caligrafia árabe. São Paulo: Martins Fonte, 1999. 145 p. Ilus. ISBN 85-336-1101-3 ] |