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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

MARCELO TÁPIA


Marcelo Tápia é um dos grandes nomes da renovação da poesia visual no Brasil, já livre das ortodoxias e cânones restritivos de movimentos anteriores (que deram sua contribuição e abriram novas fronteiras de criação naquilo que eu chamo, desde os anos 60 (do século passado, sim, e daí?) de arte verbal de vanguarda.  Seu livro PRIMI TIPO (São Paulo: Massao Ohno, 1982), é um dos pontos altos de sua carreira de criador verbivisual, peça hoje disputada em sebos finos. Vamos reproduzir aqui três páginas (soltas) de seu portfólio poético . (Antonio Miranda)

Marcelo Tápia



Marcelo Tápia, Escritor, editor, cantor e publicitário, nascido em Tietê , São Paulo, em 1954. Reside em São Paulo. Já publicou os seguintes livros: Primitipo – poesia – Massao Ohno / Maria Lydia Pires e Albuquerque Editores, SP, 1982; O Bagatelista – poesia – Edições Timbre, SP, 1985; Joyce – Poemas (tradução) – Editora Expressão, SP, 1986; Haikais do Tempo / Tankas e Haikais da Lua (tradução) – Editora Olavobrás, 1988; Rótulo – poesia – Editora Olavobrás, SP, 1990; Livro Aberto – conto – Editora Olavobrás, SP, 1991; Joyce – Poemas (com Luis Dolhnikoff) – Editora Olavobrás, SP, 1992; Pedra Volátil – Poemas – Editora Olavobrás, 1996. É integrante do grupo de música irlandesa Irish Dreams com dois Cds gravados, Irish Dreams, 2000, e Whiskey in the Jar, 2002. Tem se destacado desde 1987 (juntamente com Haroldo de Campos e Munira Mutran) na organização das comemorações do Bloomsday paulistano, homenagem anual ao escritor irlandês James Joyce.

 

 

TÁPIA, Marcelo. O bagatelista  poesia (1983-1984).  São Paulo, SP: edições timbre, 1985. s.p.  9x18 cm.  Produção oficina gráfica Ruy Pereira/ Marcelo Tápia.  Ideogramas caligrafados por Héctor Olea. “ Marcelo Tápia “  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

balbucio

mas
tigo
com´um
quase
-digo:
di
giro
lás
ti
mas

 

 

palavrório
mascar bis coitos
mascate
biscate
o poeta vendo
puto
(bisar) iria
venéreo

 

 

 

TÁPIA, Marcelo.  Refusões – poesia 2017-1982.   São Paulo: Perspectiva,  2017.  448 p.   15x20,5 cm.  Projeto gráfico e capa: Sergio Kon.    ISBN 978-85-273-1099-4    Ex. bibl. Antonio Miranda

 

       cenas de passagem
       grécia

NOME

o Parthenon é um nome
intacto
de um objeto
em pedaços

o nome e a ideia
sobrepõem-se aos
cacos
do tempo

 

(De expirais (2017))

 

 

         aquém-emulações
       intervenções e além traduções

       nietzsche nie

A métrica põe um véu
sobre a realidade sobre
ocasiona alguma alguma
artificialidade ar
no falar e no falar
impureza no pensar:

a arte torna arte torna
suportável a visão
da vida, da vida da
colocando sobre ela o
véu do pensamento impuro

 

(De valor de uso (2009))

 

       agora

o inútil
tem uso

passado
 e futuro

agora é só

o hiato imediato
do desuso

para um velho
momento único

(De valor de uso (2009))

 

 

Página ampliada e republicada em agosto de 2017

 



 

 

 
 
 
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