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JORGE ANTUNES
(Brasília, Brasil)
Fonte> POEMAS. Coletivo de Escritores do SEDF. Brasília: Sindicato dos Escritores no Distrito Federal/ Cultura Gráfica e Editora, 1990
Biografia publicada em 1985:
Compositor, Maestro e Professor do Departamento de Música da Universidade de Brasília. É apontado pela crítica internacional como o nome mais representativo da vanguarda musical brasileira. Preconiza a prática a integração das artes. Escreve poemas nas horas vagas.
ANTOLOGIA DE POETAS DE BRASÍLIA. Rio de Janeiro, DF: Shogun Editora e Arte Ltda, 1985. 140 p. Coordenação editorial: Christina Oiticica.
[Este exemplar foi doado por Carlos Edmundo da Silva Arnt, que tem seu poema na p. 27, para a biblioteca da Caixa Econômica, de Brasília, em 1985. A empresa se desfez do acervo e este exemplar foi para a livraria “sebo” de nosso amigo José Jorge Leite de Brito, que por sua vez nos doou um lote de livros para ajudar na montagem de nosso Portal de Poesia Ibero-americana, em 2021. A editora explicava: “Se você é um autor novo e quer editar seu trabalho, fale com a gente.”, na intenção de promover a criação literária entre os jovens. ]
RITUAL DE MOMO
cor negra — cavernal.
vermelho — cor venal.
celeste — cor naval.
policromo — carnaval.
carnaval, ritual nerval.
atritos de odor, gritos ao redor.
alívio mental. sentimental.
gostoso ar. gotas de suor.
gotas de suor. gosto de suar.
saiotes, decotes, cogotes.
rua, lua, nua. suor ao luar.
mulata, motejos, motes.
motes, maus trotes, tratos.
corpo preto. cor preta. corpete.
malícia. maltes. mulatos.
conforto. flerte. confete.
confete. confronto. conflito.
capoeira, com poeira, só poeira.
só um gesto, só um gosto — soa um grito.
cegueira. se esgueira — sangueira.
sangueira. sambeira. sambista.
cuíca. com eco. som rouco.
passagem, possante passista.
caboclo, cabocla — que bloco!
FINCAPÉ – Coletivo de Poetas. Org. Menezes y Moraes. Brasília:Thesaurus Editora, 2011. 280 p. 280 p.
12,5 X 22, 5 cm N 978-85- 7062-969-
Ex. bibl. de Antonio Miranda
quando levas
eu gozo
quando levas
à tarde pensando em mim
quando levas
rahlo ecod ou soirètsim
eu gozo
quando levas
as botinhas ao motel
quando levas
uma quadrinha de cor
quando levas
oproc on emerc osotiel
eu gozo
quando levas
uma quadrinha de cor
quando levas
ahniclac anif e asor
eu gozo quando levas
o nosso amor muito além
quando levas
acob á ohlarac uem
na banheira
sei que firo quando sob o edredom
me esgarças, mordes, me dás no divã
soicifiro suet so oriferp otnatne on
megasssamortdith ed ariehnab na
meganacas atse es somairirros
negasse morte e existência malsã
me enlaça morde e me amarra em cirros
megassamordith ed ariehnab na
ali a inábil bebe-me em muitos goles
ali enrabo a musa em bom combate
ali em nádegas brancas me engoles
airehnab na ale moc anrom edrat
alipse egnol ed meuq êv a asoria
seca e lacônica em cada mensagem
séria e taciturna no dia-e-dia
megassamordih ed ariehnab na ágeim
demora
ao chegar liga o rádio e vai ao bar
observa os vinhos e todo o estoque
música caipira passa a buscar
(outra morena prefere ouvir rock)
dou-lhe sexo sem pressa, devagar
!razog a aromed ale omoc
a loura diz que somos belo par
leva seus discos e que que eu os toque
diz que Mozart é melhor pra se amar
prefiro Ravel mas vou a reboque.
faço tantas carícias que perco o ar
!razog a aromed ale omoc
a mulata vai a qualquer lugar
aceita qualquer canção que eu coloque
pergunta se eu aguento pernoitar
se arrepia toda ao mais leve toque
!razog a aromed ale omoc
a magra e branca modelo do mar
na praia fitou-me em raios de choque
no motel ela me excita no olhar
fica em cima por mais que me sufoque
new age é sua música de amar
!razog a aromed ale omoc
a bela negra bundada do lar
cabelos ruins mas longos em coque
correta no adoçar e no salgar
perfeita em pastéis, em massas, em nhoque
sou duro atrás, por baixo e ao galopar
rijo por qualquer ângulo que a enfoque
!razog a aromed ale omoc
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ANTUNES, Jorge. Auto do pesadelo de Dom Bosco. Òpera de rua, em um ato. Ilustração de JÔ Oliveira. Brasília: 2010. S. p.
Ex. biblioteca de Antonio Miranda
*Página ampliada e republicada em outubro de 2023
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http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/distrito_federal/distrito_federal.html
Página publicada em fevereiro de 2021
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