HELENA TRINDADE
Helena Trindade vive e trabalha no Rio de Janeiro. Graduada em arquitetura, iniciou livre formação artística na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e obteve mestrado (2003) em Linguagens Visuais na New York University. Sua produção compreende instalações, site specifics, poemas-objeto, video, fotografia, desenhos e gravuras.
A BIBLIOTECA ENCARNADA, 2008
Estênceis de letras + luzes e filtros vermelhos 20 m2.
"A genealogia da obra de Helena Trindade se origina pontualmente na imagem e na palavra. Na imagem via pintura, pela plasticidade da construção e suas especificidades materiais. Na palavra pela poesia (...) Alberto Saraiva, p. 119
"Helena Trindade refaz da letra a matéria do mundo, da casa, do espaço expositivo. Tornada objeto, a letra fica opaca e resiste ao sentido. (...) Entra-se em "Livros" por uma biblioteca, é claro. Uma biblioteca na qual nada se lê. As letras se embaralham querendo esposar a arquitetura (...)" "As letras se misturam formando um livro/labirinto no qual me perco — no qual me prendo O livro absoluto, total (...)" Tania Rivera, p. 125- 127.
LABIRINTO DE LETRAS, 1999
POEMA A BORGES II
Gravura em relevo de labirinto de letras
Extraídos de: TRINDADE, Helena. LIVROs. Textos de Alberto Saraiva, Helena Trindade, Tania Riveera, Cyriaco Lopes, etc. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2009. 264 p. ilus. col. Edição Trilingue português, inglês, espanhol.
LETRA
Extraído de
POESIA VISUAL – organização Alberto Saraiva. Rio de Janeiro: F10 Editora: Oi Futuro, 2013. 191 p. (Coleção & tecnologia, 73) ISBN 9787-85-64609-03-7 - ISBN 978-85-99247-31-0 Ex. bibl. Antonio Miranda
O projeto desenvolve poeticamente o conceito de letra por meio da escrita, imagens e sons, utilizando diversos suportes., dentre eles: projeções, vinil, vídeos se backlights. (Fotos de Vicente de Mello)
“poesia visual”, uma prática derivada da plasticidade da tensão entre letas e imagem, tensão performativa que abre o texto para legibilidades ilimitadas. Na unidade formal mínima da letra, as palavras são flagradas antes de significarem. Depreende-se que num alfabeto latejam todas as palavras. Da poesia tipográfica de Brossa aos jogos de linguagem de Magritte, dos trocadilhos visuais de Duchamp à poesia concreta, o efeito se propaga não é da comunicação, mas de deslocamento contínuo, a formulação de uma estrutura e de um movimento de deslizamento sucessivo de sentidos que encontra termo apenas precária e provisoriamente. Um discurso molda a realidade, a deriva poética a subverte.” (...)
“Tanto mais importante para a “poesia visual” é essa incompletude, uma vez que letras e imagens postas a trabalhar juntas não se complementam necessariamente com num ideograma. Antes se chocam e se desmentem reciprocamente dando prosseguimento à disseminação que faz de inúmeras antinomias o devir de sua poética. Se o sentido da “poética da letra” é percorrer um espaço de indeterminação que ela nunca cessa de construir, a construção do pontes entre letra, imagem e psiquismo, no que este se liga ao “ato criador”, é um trabalho moebiano e infinito e, mesmo que não se possa conceber que existam regras para isto, o que aqui esteve, desde o princípio, em questão.” HELENA TRINDADE, p. 23-24
Página ampliada e republicada em junho de 2018 |