FRANKLIN VALVERDE

O paulistano FRANKLIN VALVERDE é poeta, jornalista e professor universitário. Bacharel em Comunicação Social pela PUC-SP, mestre em Língua Espanhola e Literaturas Espanhola e Hispano-americana pela USP e doutor em Ciências da Comunicação pela ECA-USP.

Poesia: atua na área da poesia experimental, tanto visual como sonora, além de realizar poemas-objeto. Participa de exposições de poesia visual no Brasil e no exterior. 

"(...) É dentro dessa linhagem estética que BIZCOCHO Z se insere, trabalhando a duplicidade do jogo lúdico das palavras e das formas e transparências. O poema-objeto BIZCOCHO Z não visa apontar caminhos ou trilhas, busca somente o desfrute do prazer estético, uma simples brincadeira poética."

VALVERDE, Franklin.  Banco de versos.  São Paulo: terceira margem, 2009.  80 p.  12X18 cm.  ISBN 978-85-7921-014-3  Imagem da capa: Jefferson Camargo. Col. A.M.

Cigana engana

a sorte na gincana.

A vida (está) a preço

       de

    banana.

**

O sol de um fervilhante verão

Dilui hemácias a preço de ocasião.

Possibilidades de prazer adiadas.

VALVERDE, Franklin.  Antes do zoológico.     São Paulo: Patuá, 2018.  
80 p.    ISBN         978-85-8297-599-2      Ex. bibl. Antonio Miranda

       EMERGÊNCIA

       Evacuem, evacuem o local!

       Feito. Os gases não os deixam mentir.

       REA(L)ÇA

Todas tatuadas:  Tá mais fácil encontrar uma que seja
virgem...

 

       VAGALUME

Escuro, mas brilha o fim do túnel que leva a lugar
nenhum.

       IDENTIDADE

Dúvida: mameluca ou cafuza?

Na verdade era maluca e confusa.

 

       AMOSTRA GRÁTIS

O rebolado pede, o corpo confirma.

Vou?

És cara, minha cara.  

 

VALVERDE, Franklin.  Babiylonia blues – relatos delirantes.  São Paulo: Patuá, 2019.        150 p.    ISBN 978-85-8297-869-6
Ex. bibl. Antonio Miranda

Prosapoema:   


Aviso aos famintos:

Sei que não vai gostar, mas tenho que avisar. Vejo que você está bastante empolgado pela baixinha. E bonitinha, gostosinha, loirinha- fake - mas loirinha; uma delicinha. Conheço bem essas figurinhas: são como aqueles peque­nos bombons, oferecidos de brinde, prontos para serem co­midos e não há como recusar. Depois de se degustar, fica aquele gosto amargo, a sensação de que fez bobagem em ter comido; mas não há mais o que se fazer. Ela é assim; é melhor dispensar para evitar arrependimento. Essa fu­laninha tem cara de moça parideira, sempre pronta para gestar. Se você embarcar nessa, poderá daqui a nove me­ses arrumar uma bela encrenca para o resto da vida. Não entre nessa que é furada. Foi tudo isso que eu disse. E sabe o que ele me respondeu: "Você chegou um mês e meio atrasado com esse papo...". Fudeu.

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Página publicada em julho de 2013;

Página ampliada em janeiro de 2021