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FERREIRA GULLAR

“superar o caráter unidirecional da linguagem, rompendo com a sintaxe verbal”.

 Ferreira Gullar


Ferreira Gullar (ver página do poeta) é também autor de poemas visuais, de sua fase neoconcreta. Por certo, é dele o texto original do que veio a ser o Manifesto Neoconcreto, lançado  no dia 23 de março de 1959, no Suplemento Dominical do Jornal do Brasil (dirigido por Reinaldo Jardim, participante do movimento),  assinado por Ferreira Gullar, Reinaldo Jardim, Theon Spanudis, Amílcar de Castro, Franz Weismann, Lígia Clark e Lígia Pape.

 

Os dois exemplos são da primeira fase, antes dos não-objetos.


FERREIRA GULLAR

FERREIRA GULLAR


“a  leitura a palavra verde [sendo] feita uma por uma até culminar na palavra erva. Coloquei-me, então, a seguinte questão: como realizar um poema que resulte numa estrutura visual expressiva e, ao mesmo tempo, obrigue à leitura palavra por palavra? Coloquei-me, então, a seguinte questão: como realizar um poema que resulte numa estrutura visual expressiva e, ao mesmo tempo, obrigue à leitura palavra por palavra? A necessidade de resolver este problema levou-me a inventar o livro-poema.” Ferreira Gullar

Ferreira Gullar

“Diante da folha de papel em branco, compreendi que, para alcançar aquele resultado — obrigar o leitor a ler o poema palavra por palavra —, a única maneira seria fazer com que as palavras surgissem uma a uma diante de seus olhos e, para isso, teria que escrevê-las no verso do papel (...)
A próxima palavra viria com o passar da página, no verso da folha seguinte.
 Ferreira Gullar

 

Ferreira Gullar

Ferreira Gullar chegou a “brigar” com os concretistas para não eliminar a intuição na produção do poema, renegando qualquer possibilidade de uma formulação matemática para a poesia... De sua intuição, pela associação feita por elementos de sua vasta experiência estético-literária, deve ter-lhe ocorrido o recurso (renovado, em direção própria) do origami, peça desdobrável, na arquitextura de seus livro-poemas. De onde vêm, como ele assinala, os “bichos” de sua amiga Lygia Clark.”  Antonio Miranda

FERREIRA GULLAR

 

POEMAS ESPACIAIS 


Nesta teoria, eu na verdade amplio e aprofundo alguns dos conceitos que esboçara no Manifesto Neoconcreto e que se tornariam tema importante de minhas reflexões à medida que observava as obras de meus companheiros e realizava as minhas próprias obras. Teve papel decisivo nesta reflexão a realização de meu primeiro poema espacial como consequência natural do livro-poema. Como o livro se tornara uma estrutura tridimensional cujo manuseio era condição sine qua non da sua realização como obra de arte, nada mas lógico que passar a construir novos objetos (não-objetos) tridimensionais e manuseáveis (...)
Ferreira Gullar

 

Para melhor entender tudo isso, melhor mesmo é ir à fonte:

FERREIRA GULLAR.  experiência neoconcreta: momento-limite da arte. 
São Paulo: Cosac Naify, 2007     164 p. ilus. col.  ISBN978-85-7503-640-2

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Não, 1959/2005 

Não, 1959/2005 

 

Outra obra de Gullar – o “Não, 1959/2005” é uma composição móvel, espacial, que exige manipulação. Um poema-objeto com beleza plástica depurada, geometrizante,. Na primeira foto, a primeira abertura, pela esquerda, para mostrar o conteúdo. Na segunda, a palavra “Não” aparece com o deslocamento da “tampa”, compondo outra figuração.  O trabalho aparece no catálogo da exposição  TROPICÁLIA – UMA REVOLUÇÃO NA CULTURA BRASILEIRA (1967-1972)”, organizado por Carlos Basualdo. São Paulo: Cosac Naify, 2007.  384 p,  ISBN 978-85-7503-631-0  -   www.cosacnaify.com.br

O poema-objeto e a tridimensionalidade de sua concepção, combinando o material e o verbal, incorporou — no exemplo do “Não” e similares, além dos já explícitos recursos da verbivocovisualidade (a palavra, o som imaginário que o “leitor” assume e o visual do objeto criado) incorporava o elemento da participação, da “animação” do poema pelo leitor que também o incorpora (a “ânima”), daí porque eu prefiro rotular este tipo de trabalho como animaverbivocovisual... ANTONIO MIRANDA

 

 

POEMA ENTERRADO

 

 

  A partir daí, dou por encerrada minha incursão nesse campo, A consequência lógica dessas experiências aponta para a participação genuína do leitor, além do mero manuseio do objeto. A ideia era que o leitor entrasse fisicamente no poema,em seu centro. Para tanto, imaginei um poema que seriauma sala de 3 x 3 m, com a particularidade de estar debaixoda terra. O acesso a ela se daria por uma escadaria, o leitor abriria a porta e entraria nele. Na antessala que precederia o poema em si, o leitor-visitante encontraria instruções do que fazer para ativá-lo. Uma vez dentro do poema, o leitor-visitante encontraria um cubo vermelho de 50 x 50 cm que, ao ser levantado, deixaria ver um cubo verde de 30 x 30 cm.

Ao levantar esse cubo verde, ele encontraria um cubo menor, branco, de 10 x 10 cm e, na face do cubo branco que tocava o piso, estaria a palavra "Rejuvenesça". O leitor-visitante deveria, além disso, recolocar os cubos em seus lugares e permanecer por certo tempo dentro do poema. O objetivo

era ativar o tempo como duração, enfrentando a recordação daquela palavra que agora vibrava debaixo dos cubos.

 

Acontece que, em fins de Í959, quando publiquei o projeto do meu Poema enterrado no Jornal do Brasil, o pai de Hélio Oiticica estava construindo uma casa, aqui do lado, perto do Jardim Botânico. Quando Oiticica viu o projeto,

imediatamente me telefonou e disse que ia falar com o pai dele para que fizesse esse poema enterrado na casa que estava construindo. Respondi que não seria possível, que o pai dele jamais aceitaria fazê-lo, mas Hélio insistiu. Por fim, Hélio falou com o pai, que aceitou e acabou construindo o

Poema enterrado no local onde havia planejado construir uma caixa-d'água. Então, um dia, com o poema j á construído, na mesma casa que viria depois a pegar fogo, fui inaugurá-lo junto com importantes artistas neoconcretos. Nesse dia, por lamentável coincidência, choveu horas seguidas e quando chegamos ao local nos deparamos com o poema completamente inundado, os cubos flutuando na água, e aí acabou o ato que havíamos planejado, inclusive a obra.  FERREIRA GULLAR

 

———  Na noite de 16 de outubro de 2009, um incêndio destruiu parte dos    

arquivos e das obras de Oiticica conservados na casa de sua família. Ferreira Gullar ressalta aqui a curiosa coincidência de que a obra de Oiticica tivesse sido queimada no mesmo lugar onde, anos antes, o Poema enterrado fora destruído por uma inundação.

 

 

Fonte:

JINÉNEZ, Ariel.  Ferreira Gullar conversa con Ariel Jiménez.   Tradução: Vera Pereira.  São Paulo: Cosac Naif; Fundación Cisneros ,  Colección Patricia Phelps de Cisneros,  2013.  256 p. ilus.  12x17 cm.  ISBN 978-85-405-9358-8    P. 148-150

 


Esta é a capa da uma edição  rara  de " livro-poema " de Ferreira Gullar , de 1965, editado na Suiça por Eugen Gomringer, editor boliviano-suiço considerado o "pai do concretismo".  São folhas recortadas para produzir a participação do leitor durante a manipulação, proposta por Gullar na fase do neoconcretismo.

Ver o E-BOOK do livro-poema: https://issuu.com/antoniomiranda/docs/ferreira_gullar

 

 


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