ANA ALY
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CIDADE
"Via-se como exemplo da mostra* o poema "Cidade", de Ana Aly: p próprio design da letra cria a imagem dos prédios, a ponto de ser primeiramente visível a figuratividade dos edifícios, com as letras como que camufladas reciclando o modelo caligrâmico. O dado intersígnico se reforça nas janelas-cartão de computador*, criando uma leitura de noite cibernética."
O presente trabalho foi exposto em novembro e dezembro de 1985, em exposição realizada no Centro Cultural São Paulo juntamente com ouro 30 poemas do tipo, na linha que foi denominada "poema-montagem" e, com restrições, intitulados poemas "intersignos". O próprio Philadelpho, que montou o catálogo da mostra e apresentou o texto com as definições, faz revisões em sua dissertação que virou livro:
MENEZES, Philadelpho. Poética e Visualidade: uma trajetória da poesia brasileira contemporânea. Campinas, S.P.: Editora da Unicamp, 1991. 198 p. ilus.
Em "Cidade", de Ana Aly, que reúne signos de várias naturezas, as letras da palavra título do texto vão compondo, caligramicamente, o design de um centro urbano, com seus prédios e milhões de janelas-estrelas na noite escura. As janelas aparecem também como furos dos antigos cartões [hoje, já dispensados e descontextualizados, dos primeiros computadores (...) (LEITE, p. 30)
Texto extraído de:
LEITE, Marli Siqueira. Ronaldo Azeredo: o mínimo múltiplo (in)comum da poesía concreta. Vitória (ES): EDUFES, 2013. 132 p. 20x20 cm. ilus. Projeto gráfico e diagramação: Isabelly Possatto. Capa: Isabelli Possatto e Willi Piske Júnior. ISBN 978-85-7772-155-9 Ex. na bibl. Antonio Miranda
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MENEZES, Philadelpho. Poetics and visuality: a trajectory of contemporary brazilian poetry. Translated by Harry Polkihorn. San Diego, California: San Diego State University Press, 1994. 230 p. ilus. 15x22,5 cm. Contents: Concretism, Neoconcretism, Semiotic Poetry, Intersign Poetry. “ Philadelpho Menezes “ Ex. bibl. Antonio Miranda
From page 139 – 141:
On the other hand/ the term "visual poetry," because it is too narrow, could not serve for a more specific and useful delimitation of the field based on a poetics of visuality. For the time being, we'll make indiscriminate use the terms "montage-poem," "montage intersign poetry," or simply "intersign poetry" to refer to that part of "visual poetry" which we have analyzed and which constitutes the main theme of this study relying on the division into three tendencies. Meanwhile, undoubtedly the term "visual poetry" properly so called would be a better designation if the label were not already used to cover all that which contains a certain kind of visuality.
As for the exhibition itself, even today it seems coherent with the research which made possible the selection of the poets whose works were displayed; they predominantly produced works in the montage-poem "style,"41 or a marked phase of their production was enclosed within the proposed limits of the show.
As an example of the exhibition, take Ana Aly's "Cidade" (Figure 28): the design itself of the letters creates the image of the buildings. On the point of being primarily visible, the edifices are figured with letters like recycled, camouflaged, or calligram models. The intersign is reinforced in the keypunch-windows of the computer card, creating a reading of cybernetic darkness.
* À época ainda eram comuns os cartões perfurados usados na informática. Hoje, esta identificação não fica mais tão obvia. |