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Desenho a lápis: Alexandre Lazzarini

TASSO DA SILVEIRA


CHIOCCHIO, Anton AngeloCinque notturni brasiiani.   Rio de Janeiro, GB: Edições GRD, 1964.  31 p.  14x22 cm.   “ Anton Angelo Chiocchio “

Inclui poemas (em Português e Italiano traduzidos por Anton Angelo Chiocchio) de Tasso da Silveira (Noturno/Nottuno); Murilo Araujo (Canção da lua que lava/Canzone dela luna lavandai); Cecília Meireles (Retrato em luar/Ritrato al chiar di luna);Vinicius de Moraes (O Poeta e a lua/Il poeta e l aluna); Ribeiro Couto (Luar do Sertão/Luna agreste).

 

TEXTO EM PORTUGUÊS  /  TEXTO EM ITALIANO

 

NOTTURNO

 

Quel veliero che, ancorato

giù nel porto, sembra assorto

a cullarsi, forse dorme?

No, non dorme. Sogna, desto,

di solcare il mare enorme,

sogna il mare illimitato.

 

Se obbiettaste che un veliero

non è un uomo, non è gente,

che non sogna, che non sente,

senza fingermi modesto,

vi direi: perché parlare

di quest'uomo così mesto,

dallo sguardo aspro e profondo,

che, ancorato all'amarezza,

tuttavia, ogni bellezza

sogna vivere del mondo?

 

Meglio dirvi del veliero

che a quel molo sta ancorato

sotto un vivo firmamento.

La sua vela trema: è un'anima,

 

soprattutto se ombre piovono

da quel baratro stellato.

Sì, un veliero, che non dorme:

sogna in mezzo all'acqua e al vento,

mentre dondola svagato,

di solcare il mare enorme,

sogna il mare illimitato.

 

 

NOTURNO

 

Veleiro ao cais amarrado

em vago balouço, dorme?

Não dorme. Sonha, acordado,

que vai pelo mar enorme,

pelo mar ilimitado.

 

Se acaso me objetardes

que veleiro não é gente

e, assim, não sonha nem sente,

sem orgulhos nem alardes

eu direi: por que haveria

de falar-vos do homem triste

mas de olhar grave e profundo

que, à amargura acorrentado

sonha, no entanto, que vive

toda a beleza do mundo?

 

Melhor é dizer: Veleiro...

veleiro ao cais amarrado,

sob as límpidas estrelas.

Vela branca é uma alma trémula,

sobretudo se cai sombra

do alto abismo constelado.

Veleiro, sim, que não dorme

mas na silente penumbra

sonha, ao balouço, acordado

que vai pelo mar enorme,

pelo mar ilimitado.

 

 

Página publicada em maio de 2015

 

 

 


 

 

 
 
 
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