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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: revistavocal.wordpress.com


MARIA LÚCIA VERDI

 


Nasceu em Porto Alegre, ao sul do Brasil. Publicou Personagem possível (1984), Matéria sem nome (1987), Falas (1988) e Este fruto outro/Questo frutto altro (ltália, 1994). Formada em Letras, Mestre em Literatura Brasileira e Doutoranda em Teoria Literária pela Universidade de Brasília. Possui muitos textos musicados por autores italianos, seja de música experimental, seja erudita.

 

 

VERDI, Maria Lúcia.  Este fruto outro. Questo frutto altro.  Poesie. Traduzione a cura di Rean Mazzone.  Prefazione di Francisco Alvim. Postazione di Ettore Finazzi-Agrò.         Palermo, Italia: Renzo e Rean Mazzone editori, 1993.   158 p.   15,5X21,5 cm.  ISBN 88-770-4191-98    “ Maria Lúcia Verdi “ Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

CHÃO

 

No chão do banheiro fantasias sorridentes

mutantes

Cabeças em meio ao negro e branco

Uma mulher opulenta sorri recostada

Tento imaginar-lhe o corpo

Aladas criaturas gritam

O desespero no chão do banheiro é sobre-humano

Criaturas gozam estáticas configurações de nuvem

Imagino-me

A dor me chama e a garganta me salva

Toco meu corpo e em minha pele adentro

Não quero

Não vejo

O chão do banheiro apavora

Olho minha carne

arrepiada áspera

 

Não aguento aquela fixidez

 

 

          PAVIMENTO

 

Sul pavimento del bagno fantasie sorridenti

cangianti

Teste tra il nero e bianco

Una donna opulenta sorride accostata

Tento di immaginarle il corpo

Alate creature gridano

La disperazione nel pavimento del bagno è sovraumana

Creature godono statiche configurazioni di nuvola

Mi immagino

II dolore mi chiama e la gola mi salva

Tocco il mio corpo e dentro la mia pelle

Non voglio

Non vedo

II pavimento del bagno impaurisce

Guardo la mia carne

rabbrividita aspra

 

                    Non sopporto quella fissità

 

 

GRITO

 

pau pedra peito pare com isso por favor pode quebrar matar

não faça barulho que não aguento esta gota que não pára

de cair não tem cal que feche esse buraco não há pedra que

encaixe vai ficar sempre aberto que nem pesadelo o corpo

todo roído cortado escorrido pedaços tiras o sangue rápido

 

 

GRIDO

 

palo pietra petto smettila per favore puoi rompere uccidere

non fare rumore che non sopporto questa goccia che non cessa

di cadere non vi è calce che chiuda questo buco non vi è pietra che si incastri resterà sempre aperto come incubo il corpo

tutto roso tagliato esaurito pezzi strisce il sangue rapido

 

 

ORIGINAIS

 

O poema que entreguei sem guardar cópia

 

o todo entregue

 

dia após dia

poecorpóreos

letra por letra

 

interminável

 

 

ORIGINALI

 

La poesia che ho dato senza conservarne copia

il tutto dato

 

giorno dopo giorno

poecorporei

lettera per lettera

 

interminabile

 

 

 

 

BRIC A BRAC     TUDO PODE SER DITO NUM POEMA.     Ano II. Número II . Capa: Resa. ª. edição.  Editores Luis Turiba e João Borges.  Diagramação e arte de BRIC-A-BRAC         Documento: Antônio Carlos Guimarães. Brasília,  Cultura Gráfica e Editora Ltda., 1986. 
S. p.    23 x 32 cm.   ilus.   Inclui “PRÉ  PÓS DO CONCRETISMO segundo A. de Campos
   -  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

D I Á L O G O

 

Não me propus ser assim solta aberta evidente
Viver a louca exposição da luz.
Não busquei meu cenário. Adaptei-me.
Ouço a falta de esquinas, a prisão do espaço.
Como outra geometria?
Querem, na verdade, os conhecidos labirinto de toda cidade
Meus labirintos são outros.
Do ar — território desde o sempre — cortaram-me do sonho.
Pássaro, baixei à terra. Como domesticar-me?
Em mimese de pássaro, eis agora o real:
A fuga que não há.  A permanência.
Permaneço.  Se meu tempo é outro, um dia o homem será outro.

Demasiados papéis deslocaram-se  de mim.
Elitizei-me
Marginalizei-me
Trouxeram-me à forma física.
Contaminei-me das paixões humanas
Filha, sou mãe..
Mãe mentada, mãe traçada, mãe cimento e pedra
Plana, onde esconder-me?
Ouço sem tréguas, vejo sem descanso.
Ecos da dor em meu planalto,

filhos esquartejados
(onde o silêncio, a antiga placidez?)

 

Antes era a ideia
Hoje, ferro concreto vidro
Eu, matéria imaginária, feita sede
Centro.  Separo.  Decido.  Descuido.  Divido.
Esta lógica não me pertence.
Da ideia, onde soberana reinava, virei dama
Número um.
Eu, a cidade impossível, eterna habitante de todos os homens
Travestida.
(mesmo os deuses hesitam em reproduzir sonhos)


Esfinge abstrata
Decifrem-me
Unifiquem sonho e pedra
Reúnam-me a meu bem-amado
(dele apartada sou ilha
Brasil
brado por ti)

 *

 

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Página ampliada em outubro de 2021

 

Página publicada em agosto de 2015

 

 

 
 
 
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