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POESIA BRASILIANA – POETI BRASILIANI

POESIA BRASILIANA – POETI BRASILIANI
Traduzioni di Giampaolo Tonini

DOMICIO PROENÇA FILHO

Fonte: www.academia.org.br

DOMICIO PROENÇA FILHO

N. a Rio de Janeiro nel 1936. Poeta, saggista, critico letterario e narratore. È dottore titolare di “Letteratura brasiliana” alla UFF – Universidade Federal Fluminense. Membro Academia Brasileira de Letras.

(Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 1936) é um professor e pesquisador em língua portuguesa e literatura brasileiro.

 

É doutor em Letras e livre-docente em Literatura Brasileira pela Universidade Federal de Santa Catarina e bacharel e licenciado em Letras Neolatinas pela antiga Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil. Com curso de especialização em Língua e Literatura Espanhola. Fez curso ginasial e curso clássico no Colégio Pedro II - Internato. Curso primário na Escola Joaquim Manuel de Macedo, na Ilha de Paquetá, onde viveu sua infância e adolescência.

 

É titular de Literatura Brasileira e professor emérito da Universidade Federal Fluminense, aposentado após 38 anos de trabalho docente nos cursos de graduação e de pós-graduação. Atuou em inúmeros outros estabelecimentos de ensino médio e superior no Brasil e no exterior.

[POETI  BRASILIANI CONTEMPORANEI a cura di Silvio Castro, traduzioni i Giampaolo Tonini.  Venezia: Centro Internzionale della Grafica di Venezia, 1997.  (Quaterni Internazionali di Poesia – 1) Opera pubblicata con contributo del Ministério da Cultaura do Brasil / Fundação Biblioteca Nacional / Departamento
Nacional do Livro.

  EN ITALIANO   /    EM PORTUGUÊS

Il canto

Un fiume.
Secco.

Piedi como piante
che calpestano la dura gloria
del vuoto.

Aspro.
Assenza, lento apprendistato.

Il fiume, maestro.


Fermentazione

per ogni negro
venduto
in Europa, Francia e Bahia
il tesoro
d´El Rey
gioiva.

Più del 200 per cento
per capo
meno i piccoli
il costa era
zero
e il tesoro
d´El Rey
gioiva.

Più della metà
de carico
delle stive
delle navi negriere
Moriva
e il tesoro
d´El Rey
gioiva.

Donne straziate e nude
Chi per loro avrebbe pianto?
involti neri
stremati
nella stiva
chi avrebbe compianto?
E il tesoro
s´El Rey
gioiva.

La bocca dei verdi mari
mangiata
corpi de vecchi,
bambini
il carico si riduceva
e il tesoro
d´El Rey
gioiva.

I negrieri
attraccavano
al molo della vecchia
Bahia
borse di ricchi signori
aperte con generosità
per i denti
la gambe e le braccia
di negri
e dei loro piccoli
e il tesoro d´El Rey
gioiva.

Irrigata da sangue
di negro
una patria si creava
e i paria
cadevano strecchiti
moriva
e il tesoro
d´El Rey
gioiva.

Ma un fiore bello, antico,
sbocciava nella selva vergine
mani nere lo raccoglievano
la bracchia, l´orgoglio
il petto
e la cervice
si ergeva:
sulla via del Quilombo
il tesoro d´El Rey
moriva.

Meticciamento

Inesosrabile
la libidine ardente
scrive la parola
libera:
inonda
catapecchie di schiavi
e palazzi di padroni
la patria irrigata da sangue
di colori diversi
democratizza il percorso
ed emerge un popolo amico
monostante tutte le pene
negre, meticce, indie e mulatte
Eros abbrunisce
la terra inaugurata
e la carne oscura la voce
di cronisti spaventati
le penne tremano
eccitate
vigilia della nuova
masnada
di scultori falsi.

La vida nega il discorso
dei sacerdoti di Crono.

Eros, un sorriso
enigmatico.

 

Il cortile degli impiccati

Nel cortile
giace
il patibolo
e la corda.

Nell´aria
spugne di fiele.

Negli angoli del tempo
la calce e le croci
di sangue
il sale
la mano
del boia.

Rovine di palazzi
e ombre di cicatrici
e sotto il manto dell´asfalto
fermentano
vecchie radici
nutrite di silenzio
e della parola
impiccata:

nei labirinti del tempo
trema il fiore annunciato
e fiorisce
sul patibolo
la corda
sciolta.

Strade
pazze di fame
e una sete di secoli
in questa piazza
vergognosa.


La faccia del morto

Lo sguardo: fisso
il sonno
aperto.
Viva, la faccia
del morto,
i neri capelli della
morte e la
lunga barba del Mio Cid
morto:

Viva, la morte
del morto
sulle labbra serrate
del morto:
Viva, la morte del morto
nella parola
libera
del morto,
parola gridata del morto,
parola incantata del morto,
la magica parola del morto
viva, la parola del morto.

===============================================

EM PORTUGUÊS


O canto

Um rio.
Seco.

Pés como plantas
pisando o duro saibro
do vazio.

Agreste.
Ausência, lenta a aprendizagem.

O rio, mestre.


Fermentação

a cada negro
vendido
e, Europa, França e Bahia
o tesouro
d´El Rey
ria.

Mais de 200 por cento
por peça
menos a cria
o custo saía
de graça
e o tesouro
d´El Rey
ria.

Mais da metade
da carga
das cavernas
dos tumbeiros
morria
e o tesouro
d´El Rey
ria.

Mulheres rotas e nuas
Quem por elas choraria?
fardos negros

Arrasados
no porão
quem carpiria?
E o tesouro
d´El Rey
ria.

A boca dos verdes mares
comia
corpo de velhos,
infantes
a carga se reduzia
e o tesouro
d´El Rey
ria.

Os negreiros
aportavam
no cais da velha
Bahia
bolsas de ricos senhores
abertas com galhardia
aos dentes
pernas e braços
dos negros
e suas crias
e o tesouro d´El Rey
ria.

Regada a sangue
de negro
uma pátria se paria
e os párias
morriam secos
de fome
e de covardia
e o tesouro d´El Rey
ria.

Mas uma flor bela, antiga,
brotava na selva virgem
mãos negras a recolhiam
os braços, o orgulho
o peito
e a cerviz
se erguia:
no caminho do Quilombo
o tesouro d´El Rey
morria.


Miscigenação

Inexorável
a libido incendiada
escreve a letra
isenta:
inunda
chão de senzala
e lençóis de casa grande
e pátria regada a sangue
de cores variegadas
democratiza o percurso
e emerge um povo macamba
pesar de todas as penas
negras, cafuzas, índias e mulatas
Eros moreniza
a terra inaugurada
e a carne apaga o verbo
de cronistas assustados
as penas tremem
excitadas
véspera do novo
esterco
de canteiros falsos.

A vida nega o discurso
dos sacerdotes de Cronos.

Eros, um sorriso
enigmático.

PROENÇA FILHO, Domício.  Oratório dos Inconfidentes  (Faces do verbo).  Edição comemorativa do bicentenário da Conjuração Mineira.  Rio de Janeiro: Léo Christiano Editorial, 1989.  119 p.   Capa: “”Tiradentes” , têmpera sobre tela de autoria de Cândido Portinari.  ISBN 85-850-20-32-6 



O pátio dos enforcados


No pátio
jaz
o patíbulo
e a corda.

No ar,
esponjas de fel.

Nas esquinas do tempo
a cal e as cruzes
de sangue
o sal
a mão
do carrasco.

Há ruínas de palácios
e sombras de cicatrizes
e sob o manto de asfalto
fermentam
velhas raízes
adubadas de silêncio
e da palavra
enforcada:

nos labirintos do tempo
treme a flor anunciada
e floresce
no patíbulo
a corda
desabrochada.

Há ruas
loucas de fome
e uma sede de séculos
nessa praça
envergonhada.


A face do morto

O olhar: fixo
o sono
aberto.
Viva, a face
do morto,
o negro cabelo da
morte e a
longa barba de Mio Cid.

Viva, a morte
do mort
nos lábios cerrados
do morto:
Viva, a morte do morto
na palavras
livre
do morto,
palavra gritada do morto,
palavra encantada do morto,
a mágica palavra do morto
viva, a palavra do morto.

 

A legenda

 

As formigas de Vila-Rica

não sabem essas palavras

nem os cavalos

as borboletas

os cães

as árvores

o rio.

Não sabem as estrelas

essas palavras

plantadas

na forca

em cada fio

da corda

e na carne

esfacelada

luzes no percurso

em cada dobra

do tempo

nos ecos de cada fome

no espinho de cada sede

no sonho verde do
silêncio,

seiva:

Libertas quae será

tamen.

 

 

 

O corte

 

fundo.

Vísceras e vísceras

e o coração

florindo

ritmado

ao som do vento acelerado

até o

ponto.

Sem vírgulas

aos poucos

reticentes:

ponto. Sem parágrafo.

 

 

 

PROENÇA FILHO, Domício.  Dionísio esfacelado  (Quilombo dos Palmares).  Rio de Janeiro: Achiamé, 1984.  165 p. 14x21 cm.   Capa: Miguel Coelho.  Col. A.M. 

 

Percurso

 

 

Nada

omito

e a falsa fala

da História:

Nada

o rito

a pena

aleira

pergaminho

azedo

apenas um relâmpago:

Nada

a alma branca

o lugar

no mapa:

Nada

o curvo desenho

da cerviz

antigo

a aurora

do ovário

a antemorte

acalanto do gemido:

Nada

todas essas coisas

vazias e tortas

liberdade escrava

sem a memória

do Quilombo

sitiada

véspera

de luzes

ria caverna.

 

 

Tempo:

 

Lâmina

de faca

aziaga.

Longe

a longa pátria verde

nua

o vento

mutilado.

 

Epopeia,

o curso

atado.

 

A voragem:

pedras do sangue

negro

na ampulheta.

 

 

Mercado

 

os olhos inertes

cravados além

a lágrima

e o grito

acorrentados

o filho

bendito fruto

do negro ventre

nos braços embira

de pedra

e as garras

carrascos

na carne vermelha

amarga simetria.

 

O riso adolescente

branco

a cruz de Cristo

e Maria

pendente

na forca

do decote

renda inglesa

o toque agudo

do botim

nos dentes

das donzelas negras

os olhos cúpidos

faróis

no baixo ventre negro

dos varões

e de repente

a faca

e a oferenda

entre aplausos

e loas

e gestos

(poucos)

de vermelho e medo.

 

No silêncio

escravo

o segredo

a véspera

e na voz do feitor

o preço das peças

gado manso:

o quilombo germina

no ar da terra

nova

e verde

no útero verde

de todas as mulheres

negras

 

Olorum didê!

 

 

 

PROENÇA FILHO, Domício.  Breves estórias de Vera Cruz das Almas. Rio de Janeiro: Fractal Ed., 1992.  136 p.  13,5x20,5 cm.   contos curtos como poemas em prosa.  “ Domício Proença Filho “ 


 

Página publicada em dezembro de 2008; AMPLIADA e republicada em novembro de 2013.Ampliada e republicada em janeiro de 2015.



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