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POESIA INFANTIL – POESIA INFANTO-JUVENIL
Colaboração de Liliane Bernardes


Regina Célia Melo

Regina Célia Melo

 

Nascida em Januária e criada em Montes Claros - cidades mineiras- Regina Célia Melo mudou-se para Brasília em 1976, após concluir o magistério. Ingressou na Secretaria de Estado de Educação, em 1977, como professora de crianças. Graduou-se em Letras, Direito (UniCEUB),  Artes Plásticas( UnB), especializou-se em Literatura Brasileira e, também, em Educação Especial, sua principal área de atuação, à qual se dedica há mais de vinte anos. Sua grande alegria é ver crianças apaixonadas por livros.

Livros publicados: Uma Joaninha Diferente, Uma Traça sem Graça, Sapato Trocado Sorriso Dobrado, Poemas e Cores.

 

 

Galinho Pedrês

 

Meu galinho pedrês

Já aprendeu a lição.

Canta de cor e salteado

O madrigal de

Todas as manhãs!

 

 

Tecelã de sonhos

 

Um sorriso aqui, alegria ali

Um ponto aqui, outro acolá

 

Tecelã de sonhos

Cativando amores

Cultivando flores

Costurando cores

 

Todas as flores

Num só jardim

Nona sinfonia

Colcha de harmonia

 

Flor de Maria,

Flor de José e de quem vier... 

 

 

Valsinha

 

Oh, abelhinha

Minha amiga,

Traz mel pro menininho...

 

Ele quer ficar barrigudinho,

Quer crescer, entender de tudo

Um tanto!

 

E um dia, num campo

Cheio de flores,

Ficar tonto de tanto dançar

                                         Sua valsa ao som do bZ

 

 

 

Coruja

 

Corujinha dos olhos grandes,

Empresta-me teu olhar...

Pra eu descobrir os segredos

Do céu vazio de lua,

Da noite cheia de noite...

 

 

Caracol

 

Que caracol enrolado!

Fica horas e horas,

Dias e dias,

Meses e meses,

Anos e muitos anos...

Toda a vida se aprontando

Pra sair de casa...

E quando sai de casa

Não sai da casa!

 

 

Convite

 

Mal a lua se pôs na noite,

Piscou-me um olho.

Fez um sorriso de estrelas,

Calçou uma sapatilha de nuvens

E, num pas de deux de luar,

Convidou-me para dançar.

 

 

Nudez

 

Ipê amarelo

Vento despindo-o

Chão pintado

 

 

Poá

 

Nas tardes sonolentas

De agosto, os mosquitinhos

Vão à forra...

Fazem piruetas indiscretas

Nos desavisados narizes.

Zoam uma cantilena

Sem fim...

E por onde passam pintam um

 Desencontrado poá.

 

 

 

Sinfonia

 

                   Atenção, senhores ouvintes:

A orquestra vai começar!

 

Fimmm, fuim, fuim...

Interminavelmente...

 

 

É assim:

Primeiro a sinfonia,

Pra aliviar, com certeza,

O ataque fatal!

PLAFT!!!

 

 

Entrada proibida

 

Barata chata,

Feiosa e entrona,

Ninguém aqui te convidou!

 

Chinelo, vassoura e detefon!

EXPRESSAMENTE PROIBIDA

ENTRADA DE BARATAS!

 

Troncha e tonta,

Vá abusar noutra freguesia!!

ARGH!!!


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