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POESIA INFANTIL / INFANTO-JUVENIL
Coordenação de Liliane Bernardes

 

HENRIQUETA LISBOA

Nasceu no dia 15 de julho de 1901 em Lambari - MG e morreu dia 9 de outubro de 1985 em Belo Horizonte - MG. Foi amiga do famoso poeta Mario de Andrade, grande leitor de seu texto e conselheiro para lições de poesia. Foi professora e tradutora.

 

 


Ilustração: Lígia Tôrres

SEGREDO

 

Andorinha no fio

escutou um segredo.

Foi à torre da igreja,

cochichou com o sino.

E o sino bem alto:

delém-dem

delém-dem

delém-dem

dem-dem!
Toda a cidade

 
ficou sabendo.

 

 

 

BOIZINHO VELHO

 

Boizinho de olhos cansados

boizinho de olhos compridos

sentado nas quatro patas

na cura de caminhos

Os carros subindo o morro

(boizinho agora se lembra)

cantavam ou era um choro?

(mas isso foi no outro tempo).

 

 

 

CANOA

Alto-mar uma canoa
sozinha navega.
Alto-mar uma canoa
sem remo nem vela.
.
Alto-mar uma canoa
com toda coragem.
Alto-mar uma canoa
na primeira viagem.

.
Alto-mar uma canoa
procurando estrela.
Alto-mar uma canoa
não sabe o que a espera.

 

 

Ilustração: Lígia Tôrres

A OVELHA

 

Encontrastes acaso

a ovelha desgarrada?

A mais tenra

do meu rebanho?

A que despertava ao primeiro

contato do sol?

A que buscava a água sem nuvens

para banhar-se?

A que andava solitária entre as flores

e delas retinha a fragrância

 

 

na lã doce e fina?


A que temerosa de espinhos

aos bosques silvestres

preferia o prado liso, a relva?

A que nos olhos trazia

uma luz diferente

quando à tarde voltávamos

ao aprisco?

A que nos meus joelhos brincava

tomada às vezes de alegria louca?

A que se dava em silêncio

ao refrigério da lua

após o longo dia estival?

 

A que dormindo estremecia

ao menor sussurro de aragem?

Encontrastes acaso

a mais estranha e dócil

das ovelhas?

Aquela a que no coração eu chamava

–  a minha ovelha?

 

 

O tempo é um fio

 O tempo é um fio fino bastante frágil.
Um fio fino que à toa escapa.
O tempo é um fio.
Tecei! Tecei!
Rendas de bilro com gentileza.
Com mais empenho franças espessas.
Malhas e redes com mais astúcia.
O tempo é um fio que vale muito.
Franças espessas carregam frutos.
Malhas e redes apanham peixes.
O tempo é um fio por entre os dedos.
Escapa o fio, perdeu-se o tempo
Lá vai o tempo
como um farrapo
jogado à toa!
Mas ainda é tempo!
Soltai os potros aos quatro ventos,
mandai os servos de um pólo ao outro,
vencei escarpas, dormi nas moitas,
voltai com tempo que já se foi...

 

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