Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




Pintura de Roland Grau



TRIBUTO A KAVAFIS

 

Poema de Antonio Miranda

 

Para Danilo Lôbo

 

 

         “quando os lábios e a pele recordam,

           quando as mãos sentem que ainda te tocam”.

                      Konstantinos KAVAFIS (1863-1933)



Por que, em sendo eu tão feliz

me declaro insatisfeito, vazio

incompleto, infeliz?

Tantos amores vivi

tão completamente!

A exaurir, a combustar.

 

Pensei tê-los perdido para sempre

mas eles sobrevivem em mim

permanecem em algum lugar

de meu legado encantamento.

 

Visitei corpos clandestinos

que amava no momento

mas a juventude urgia

exasperada e insegura.

 

“como possuído ainda/

do prazer ilegal

do proibido amor/

que acaba de ser seu”.

 

Que intensidade fugaz!

Que rasos compromissos!

Queria-os, cultivava-os

enquanto se esvaiam

 

e ressurgiam com renovado

assombro, ímpeto, membros

de uma volúvel confraria

de divindades helênicas.

 

“E bebi o vinho forte, como

só os audazes bebem o prazer”.

  

Corpos passageiros, verdadeiros

jungindo-se numa plenitude

inalcançável e imperfeita

feita de sensações sempiternas.

 

Maduro, bebo sempre desse

vinho que me rejuvenesce.

 

Reencontro em ti,

tão jovem e rijo e forte

como se renascesse

em tua óssea formatura

e me libertaras de mim.

 

“Oh deuses! que não

(n)os vejam esses enlutados,

esses moralistas –

o eco desses estéreis amores/

que eles repudiam.”

 

O novo e o velho

se recompõem em mim

oportuna metamorfose

para reviver aquele amor.

 

Entrego-me a esse amor

com a certeza da fatuidade

mas ele é real e intenso

e quem sabe inconseqüente.

 

pois algo sabes de remédios;

tentativas de envolver a dor/

“A ti recorro oh Arte da Poesia,

na Imaginação e na Palavra.”

 

Perdido para sempre

num sentimento impossível

com a sensação absurda

de uma carne quase intacta:

 

“recorda de repente estranhamente

a um efebo que – com certa rudeza - 

ao amor por vez primeira

renda seu corpo intocado.”

 


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar