A cor dos olhos de Hugo:
uma castanha tímida
mesmo inteira.
O brilho dos olhos de Hugo:
cristalino e manso
embora indeciso.
A voz de Hugo.
A voz de Hugo era ainda mais jovem que ele
horizonte e suave:
não tinha revolta alguma.
A ternura de Hugo:
estava sempre a favor de
em seu frágil raciocínio.
Não desejava maior mundo
além do que possuía:
a sua beleza de efebo
e os sonhos de menino pobre
que eram a sua riqueza.
A beleza era sua chave
no mundo
e disso tinha consciência.
(Curitiba, jan. 1964)
Publicado originalmente na obra Retratos e Poesia Reunida. Brasília: Thesaurus, 2004. com uma pequena diferença de texto.
*Pseudônimo de Antonio Miranda usado na juventude, de meados da década de 50 a meados da década de 60. |