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 QUEM É QUEM
  Poema de Antonio Miranda Ilus. José Campos Biscardi
  Em que altura
 ou dimensão
 o poder dá tontura
 ou dá tesão?
 Anônimo burocrata
 
 
  Que frágil é o equilíbriono organograma!
 
 
  Um exercício de malabarismoou, antes,
 a síndrome do artifício.
 
 
  E o poder,é vertical no cronograma?
 É horizontal e sonoro,
 auto-sustentável
 no pentagrama?
 
 
  Seria a dialéticados antogonismos
 ou o arbítrio
 dos conformismos?
 Um gesto de conciliação
 nos dualismos
 ou o prêmio à paciência
 e à submissão?
 
 
  Ato contínuoe racional?
 
 
  Anormal?
 
  Um golpe de dados abolirá o azar?
 
  E você, quem é,na estrutura?
 
 
  Sua ossaturaem que dossiê é sepultada?
 
 
  Quem decide o seu nível de calorias,as suas, as nossas mordomias?
 
  E a inteligênciaé sinônimo de sobrevivência?
 
 
  Subserviênciaeleva-se ao nível de ciência?
 
 
  Quem resgata a vida,enquadrada
 em normas e preceitos?
 
 
  (São dogmas ou são preconceitos?)
 
  A nossa vidaalugada
 e confinada
 - é tudo ou nada?
 Extraído da antologia coletiva CALIANDRA...
 
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