I
A velha Maxambomba
- uma estação ferroviária
nas brumas da memória esmaecida
e triste.
Era uma cidade pequena, pacata e serena.
Da torre da igreja modesta
dava para ver os trilhos
e ouvir o trem apitando
as poucas ruas empedradas
e onde começavam os caminhos de terra.
Ao longe, os extensos laranjais.
Na rua principal
as meninas desfilavam como aves emplumadas
e os rapazes postavam-se nas calçadas
para o assédio.
Havia até uns poucos bancos para o namoro.
Parque de diversões, procissões
um circo mambembe acampado no terreno baldio
e um alto-falante fanhoso
tocando a Ave Maria no fim da tarde
havia até ciganos nas redondezas
em barracas rotas e encardidas.
Era tão pouco e éramos felizes.
I I
Da velha Iguaçu, só os escombros do casarão
a senzala em ruínas,
o alambique e a moenda destelhada
o portinho abandonado
a estrada de pedra e as palmeiras sobreviventes
e ignorantes de seu passado
e a fragrância dos lírios
nos brejos.
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