Fotomontagem de Robson Correa de Araujo
IN – SUPERÁVEL
Poema de ANTONIO MIRANDA
No processo de criação de um poema, eu gosto de experimentar novas soluções. Não tenho preconceitos contra as rimas, o enjambement, os versos brancos e a composição ideogrâmica...
Desta vez eu tentei, em vez da rima, ritmar, valendo-me da melopeia, da sonoridade das palavras. Geralmente, o poeta desdobra palavras visando ampliar o sentido da frase, às vezes com sinônimos, reafirmação do discurso. Tentei exatamente o contrário: palavras com sons assemelhados mas com significados diferentes, contrastantes, desconstruindo, mas sem deixar de ser significante. Não sei se consegui, espero que sim:
IN – SUPERÁVEL
Poema de ANTONIO MIRANDA
"Falar apenas de si mesmo" NIETZSCHE
— mesmice! Ficções = facções
em que nos im(pomos)...
Ser insuperável? Inseparável de si,
mas profano e não profundo.
Ser afeito ao efeito intransitivo
oposto ao sensitivo, do afeto.
Abjetos objetos do existir.
Em vez de pensamentos
como passamentos:
talvez sentimentos
sem reflexão. Ou a vez do
"Direito às coisas proibidas." NIETZSCHE
Prazer de ser x ser para o prazer.
Brasília, 23.09.2017
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COMENTÁRIOS
Caro poeta,
Você utilizou com habilidade um recurso que Mário Chamie, por exemplo, transformou no núcleo de sua obra: a paronomásia, junção de palavras com som próximo e sentido distanciado.
Abraços, ANTONIO CARLOS SECCHIN – Rio de Janeiro, 30.09.2017
Meu caro Antonio Miranda, como sabes, também sou dado a experimentações na linguagem (aqui coloco como "experimentos" desde o soneto até formas concretistas e outras), por isso só posso aplaudir o teu trabalho de transformação e inovação da linguagem poética. Bravo!
Abraço. JOSÉ EDUARDO DEGRAZIA, Porto Alegre, 29.09.2017
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