Poema de Antonio Miranda
Ocupar muros envergonhados
espaços de pichar e depurar
minha angústia mais profunda
para exorcizar tanta frustração.
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Quero ocupar os espaços públicos
ainda disponíveis, não contaminados
as paredes envilecidas das cidades
abandonadas – horror e vômito.
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Asfixia tanta sordidez, mijo
excrescências, gente esfacelada
disputando calçadas, indigência
valores apodrecidos, decepção.
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Tanta desfaçatez, tamanha insídia
tanto cinismo e tanta sordidez.
Escorre uma gosma putrefacta
dos noticiários mais vis e canalhas.
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Os jornais expelem ares venenosos
declarações despistadoras, viscerais.
Cospem, vociferam impropérios
numa pantomima dos horrores!
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Brasília, 25 de agosto de 2005.
Fotos de Juvenildo Barbosa Moreira em Porto Alegre, agosto de 2005.
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