EU, KONSTANTINOS KAVÁFIS
DE ALEXANDRIA – XII
Poema de Antonio Miranda
XII
Banalidades e seriedades se esvaem
—só o que é belo sobrevive e redime.
"Não sei se a perversão dá força,
às vezes acho que sim. " Flores do mal.
Perverter-se pelos sentidos, corromper-se
e corromper como forma de resistência
— a religião perverte e submete, a sociedade corrompe
e nos restringe, os costumes oprimem:
há que demovê-los
— corrompê-los!!! -
para libertar-se: a perversão como poder,
subterrâneo, sub-reptício, clandestino.
A poesia como uma perversão sublime.
Extraído da obra EU, KONSTANTINOS KAVÁFIS DE ALEXANDRIA. Brasília: Thesaurus, 2007.
Capa: prometo gráfico de Tagore Alegria. |