EU, KONSTANTINOS KAVÁFIS
DE ALEXANDRIA – II
Poema de Antonio Miranda
II
Alexandria!
que eu tanto amo mas
pequena demais para encobrir meus erros
(martírios) que não reconheço mais.
Alexandria
—que me desespera! —
dos que me julgam por suas estreitezas.
Convencionalidades.
Estou cercado de homens sérios, vazios
e me conformo sem resignar-me
—vivo disso, não vivo para isso
e "a seriedade
não a tenho em conta alguma.
As mais das vezes tenho que avir-me com pessoas sérias e néscias".
Sem humour.
Suas vidas externas cobrando seriedade
a que adiro
nas horas alugadas, nas horas penhoradas,
nas relações convencionadas com uma face,
para fora e outra para dentro.
Extraído da obra EU, KONSTANTINOS KAVÁFIS DE ALEXANDRIA. Brasília: Thesaurus, 2007. |