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Nu descendo a escada: Marcel DUCHAMP (1911-192)


CUBISMO VERBAL

Poema de Antonio Miranda

 

Ver-se numa sucessão de quadros:

fragmentos, momentos vividos.

 

Ver-se numa série de eventos passados

contíguos, consecutivos, recortados.

 

Lado a lado, passado e presente

justapostos, interdependentes

numa continuidade impossível (inconseqüente)

numa linearidade absurda (desuniforme)

numa contigüidade sucessiva e vã (descontínua)

numa padronização sem repetição:

seriada nos fragmentos

como no cinema mecânico

- o ser pelo deixar de ser

o ver pelo desaparecer

da animação pela sucessão.

 

Na sucessão de instantes que recompomos

na escrita do poema – como o pintor na tela –

o depois precede o antes

do antes que é antes do depois

- desfragmentando o tempo

por sua inscrição.

 

O olho enxerga as frações

e a mente desmente

- olho e mente se contradizem –

recompondo e rearmando o entendimento:

não se sabe quando congela o tempo

na superfície da folha

ou na linearidade do texto

da perspectiva estática que a mente liberta

simultaneando os fragmentos

na ilusão da sucessão

numa leitura de sucessões retroativas

como um corpo no vácuo da memória

indefinidamente entre ir e vir.

 

Vejo as células mortas em minha pele flácida.

 

 

Chácara Irecê, 18.09.2005

 


 

 

 
 
 
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