XXVIII
ALTER CYBER
Poema de Antonio Miranda
Foto de Bert Danckaert
espaços em que me confino
laço, cadafalso sem começo
e com fim predestinado
nada de que eu, deliberado
— esclareça, sem querer
anoiteça — por fim, tropeço:
e o destino?, e me afino.
(destino: apenas o caminho)
espaço contiguo, contigo
meu amigo ou inimigo
espesso, restrito x infinito
que não alcanço divisar
— lento, mas com alento
a marcar um fim sem
final (para mim), mas atento.
(final: bem ou mal?)
ambiente em que a gente
se constrói e se desfaz
— tanto faz! e que desmente
toda física e a metafísica
do ser e estar comumente
como ente e seu contrário
arbitrário e semovente.
(mente fraca: e crente)
francamente, ser descrente
mas convencido de interação
que restringe a nossa ação
na relação entre mente
e entretanto, enquanto frente
e verso se confundem, pois
depois se fundem inteiramente.
(inter-na-mente, inteira-mente)
espaço dentro e fora de nós:
espaço-tempo mar adentro
terra e cosmos, aterrador
— contratempo, cromossomos
espaço no centro e arredor
de qualquer localização
— ou não, se se quiser.
(então: salve-se quem puder!)
Lima, Peru, 14-04-2013
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