POEMA-BORBOLETA
O poema como borboleta
que vive a segunda vida do autor.
Liberto dele.
Como o tísico Manuel Bandeira
voou até Pasárgada?
Preso em sua crisálida
gerou seres alados.
Oscar Wilde, mesmo encarcerado,
era luminoso e transparente.
Seus versos em seu rastro
inseminaram, multiplicaram,
davam cor ao mundo.
Borboletas são eternas:
pólen, poema.
(1955)
|