LAMPEJOS
Poema de Antonio Miranda
Florêncio via a claridade branca
da caatinga nos dias excessivos.
As crianças correndo
atrás de um cabrito assustado.
Sombra da ingazeira generosa
e um claror repentino
que apagava tudo no céu sem fundo.
Remoía e ruminava sempre
os mesmos episódios de sua vida.
Havia um sol amarelo que cegava,
que vinha da infância.
Queria morrer,
ultrapassar as fronteiras da vida,
reencontrar-se com a Filomena
que “partira desta para melhor”
—acreditava com amor e fervor...
Ilustração gerada por IA, por
Nildo Moreira, em 2025.
|