Foto de Silvio Zamboni
SOLSTIZIO D´INVERNO
Poema de Antonio Miranda
Traduzione: Gabriel Impaglione
Nel solstizio mi dimentico e perduro
inerte, centrato, disabitato da “altro
nessuno”, nel soliloquio desolato,
nel precipizio, isolato, nell’ artifizio
di mantenere se stesso, sollevato, intero
per bastarsi, postumo, e esiliarsi.
Nel mio solipsismo radicale di celibato
ne coltivo la modestia, in fondo arrogante
possiedo senza essere posseduto, se possiedo non
coltivo sentimenti, assunzione temporanea.
No, no e no!!! Mi allontano dal mondo
nella più distaccata soffitta, non per questo casto
il calmo destino mi allucina
con sortilegi, improperi e rimedi falsi.
Solsticio de inverno
Em solstício me esqueço e permaneço
inerte, centrado, desabitado de “outrem
ninguém”, no solilóquio desfreqüentado,
em precipício, insulado, no artifício
de manter-se uno, desobrigado, inteiro
e poder bastar-se, derradeiro, e asilar-se.
No meu solipsismo radical de celibato
nem cultivo o recato, afinal presumido
possuo sem ser possuído, se possuído não
cultuo sentimentos, assumido temporão.
Não, não e não!!! Eu me afasto do mundo
ao mais profundo desvão, nem por isso casto
pois a sina do recato me alucina
com sortilégios, impropérios e falsos remédios.
*soneto heterodoxo escrito para o personagem Nelson Teixeira, poeta bissexto que aborda sempre temas alegóricos e escatológicos, do livro “Do azul mais distante” que Antonio Miranda.
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