metamórfosis
Poema de Da Nirham Eros*
Trad. Luis Seoane
ahora el campo:
allá, buyes, distancia
y montículos, desde
los (pasto) estrechos
caminos y el fuuro
rumiar encuanto
— vegetateando, los
hongos y mariquitas
comeremos frutos
el prado, cercanias
y el bosque a mis dedos
de cosecha; en la huerta los tantos
verdes, en el jardín la flora multi
diversa a los impetus de
podar y el deslice
(moderato) del viento
dije(le)me las
palabras todas
escogidas y breves
del momento: la
simbiosis y esta
xipofagía de
improviso, ya
a las ramas, la
fotosíntesis y la
clorofila de la
mañana: el dentifrico
e hilera eucaliptos
o la red aproximando los cuerpos
y los frutos tantos por coger.
Buenos Aires, 4.3.1962
Nota de rodapé: Da Nirham Eros — já sabem — é o pseudônimo, criado por meu amigo Roland Grau, que eu usei de 1957 até aproximadamente 1963. (Depois da “Revolução” de 1964, mais precisamente em 1966, quando de minha mudança para Caracas) voltei ao meu nome original, em versos mais combativos...) Foi uma fase de descobertas e experimentalismos. Alguns versos se salvam... Manuel Mujica Láinez, o célebre novelista argentino autor de Bomarzo, gostava muito dos versos que falam do “deslice (moderato) del viento” e pediu que inscrevesse o poema no seu famoso livro de visitas (em que estavam Jorge Luís Borges e Jean Paul Sartre... Eu era tão ingênuo e assumido que nem percebi a dimensão da honraria...)
Vivia mais com pintores e atores de teatro do que com poetas. Um desses artistas —também poeta— era o grande pintor galego Luis Seoane, que ainda estava vivendo em Buenos Aires em 1962. É o tradutor do poema acima. Ilustro o texto com um dos muitos retratos que o chileno Roland Grau fez de mim, neste caso presente no final da década de 50. Sempre me pintava ou desenhava como um efebo, idealizando um pouco a minha figura. Minha família gostava mas estranhava a delicadeza das imagens.
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