CUANDO ME VAYA A LA LUNA
Poema de ANTONIO MIRANDA
música de XULIO FORMOSO
Cuando me vaya a la luna
no llevaré relojes
no llevaré la Biblia
ni remordimientos
Olvidaré mi nombre
mi cédula de identidade
y viajar é sin passaporte.
Dejaré rencores
tristezas.
Cuando me vaya a l aluna
no querré firmar papeles
dejar testamentos
inventarios
balances.
Olvidaré en tierra firme
mi cuenta bancaria
mi libreta de teléfonos
mi vestuário
y la gramática.
Alunizaré sin prisa
despacio
como quien llega para quedarse.
(Caracas, 1968)
NOTA DEL EDITOR: esta es la versión original del poema, que sufrió pequeñas alteraciones cuando de su musicalización, como se puede oir em:
https://www.youtube.com/watch?v=VP2_mRrkS_M
Em 1969 eu escrevi um poema e depois musicalizei com o Xulio Formoso para a montagem do nosso espetáculo poético-musical “ Tu Pais está Feliz”, apresentado no Teatro Ateneo de Caracas, a partir de 28 de fevereiro de 1970. . Foi um dos pontos altos do espetáculo. Estávamos ainda sob o impacto da chegada dos astronautas na lua. O poema musicalizado é o que vai abaixo. Diz que não levaria a Bíblia para a Lua... Ninguém protestou, ninguém criticou o verso. Entenderam o título: CUANDO ME VAYA A LA LUNA. Você sabe que eu não sou ateu, sou agnóstico... A palavra “alunizaré” em espanhol diz respeito, claramente, ao suposto e hipotético ato de pisar na lua... Mas na versão portuguesa o verso perde o sentido, pode ser interpretado mal.. Seria “aluarei”... e pode ser entendido com “estar no mundo da lua”... O dicionário vernáculo leva-nos a acepções mais complicadas: “Adoidar-se, ficar lunático. / Excitar-se, ficar no cio.” Traduzir não é fácil. Não gosto de minha tradução do texto para a nossa língua... Como será a versão em russo feita por Oleg Almeida?! Sem dúvida, de qualidade mas com as adaptações linguísticas pertinentes.
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