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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


WILSON ROCHA
(1921 – 2005) 

Poeta de qualidade e um crítico de arte militante desde que veio para Salvador, na década de 40, Wilson Rocha publicou os seus primeiros “Poemas”, em 1946, fazendo-se notar pelos companheiros de geração, e, com Cláudio Tavares, Vasconcelos Maia e Darwin Brandão, fundou o “Caderno da Bahia”, revista e movimento que, entre 1948 e 1952, contribuiu para a mudança de mentalidade e dos rumos das letras e artes entre nós. 

Seu segundo livro, “O Tempo no Caminho”, é de 1950, traz ilustrações de Aldo Bonadei, que tinha estado e exposto meses antes em Salvador. Foi por essa época que Wilson Rocha começou a fazer crítica de arte, em A Tarde, a convite de seu então diretor Ranulpho de Oliveira. Colaborou também assiduamente no extinto Diário de Notícias e em revistas de Salvador, do Rio de Janeiro e de São Paulo. Viveu algum tempo nesta última cidade, em 1959, e, no Rio, em 1974, mantendo as melhores relações com outros poetas e críticos e com artistas locais. Uma estada anterior, de alguns meses no segundo semestre de 1957, em Buenos Aires, aonde fora a tratamento de saúde, permitiu-lhe conhecer obras-primas da arte européia em museus e em coleções particulares. Na grande capital portenha estabeleceu sólida amizade com vários artistas. Foi uma viagem sempre recordada com encantamento e saudades. 

“Livro de Canções” foi o seu terceiro volume de versos, publicado em 1960 pela Imprensa Oficial do Estado, na Coleção Tule, criada por Nelson de Araújo. Veio em seguida seu quarto livro, “De tempo Soluto” (em latim somente os títulos dos poemas...), Lisboa, Morais Editora, 1963, onde está reproduzido o retrato a óleo do poeta por Pancetti. Só em 1980, por insistência de amigos pernambucanos, reuniu outras poesias em “Carmina Convivalia”, Recife, Edições Pirata, com ilustrações de Ismael Caldas. 

Amigos e admiradores consideram “A Forma do Silêncio” a melhor introdução ao conhecimento da produção poética de Wilson Rocha: é uma antologia editada no Rio de Janeiro, recheada de fotografias, desenhos e fac-símiles, e tendo o apoio da Fundação Cultural do Estada da Bahia. Mais completa, porém, é “Poesia Reunida”, publicada pela Biblioteca Nacional, no Rio, em 2002, com um texto de João Carlos Teixeira Gomes, “O Lirismo de WR”.

                                                                                     Pedro Moacir Maia 

WILSON ROCHA

De
WILSON ROCHA
DE CULTU FEMINARUM
(Os poemas da mulher)

Salvador: Fundação Gregório de Mattos, 2008

 

MULHER À JANELA

Mulher à janela, florescendo.

Um sonhar longe, fora do mundo

tocando os confins do silêncio

no alheamento do amor

e do prazer das coisas. 

 

PULCHRA SUNT ENIM UBERA
 

O livor dos seios desnudados,

docemente elevados

livres a ondear.

Seios erguidos, alanceados,

que se elevam

como as ondas do mar.

Seios turgescentes,

Forma depurada, antiga.

Seios amendoados, belos

como o úbere das cabras.

  

HORTUS DELICIARUM
 

Reviver aquela alma sutil e mágica

como se vivesse numa outra época

com o esplendor do fruto rente aos lábios

e a graça da magia pela voz e pelo canto.

Como se ouvisse ainda a sua voz

ou encontrasse um rosto que lembrasse o seu.

  

DE PROFUNDIS
 

Onde a argila

restitui a forma,

além dos abismos,

extintos os véus,

modulando

a origem das fontes,

os amantes mortos,

hirtos de silêncio

se estendem

sob o sono das raízes. 

 

SPLENDOR FORMAE
 

A leveza, a magia dos cabelos

e a forma dos seios, pura e concisa,

e o silêncio na imóvel solidão

como se, adormecida, indagasse

a natureza do encantamento. 

 

CANÇÃO DA FLOR NA TARDE                                                          

                            a Maria Ângela 

Límpida transparência

no cristal do dia,

rútila flor,

segredo e harmonia.

 

Sonha o azul

e o vermelho arde,

rútila flor,

coração da tarde.

                                                          

   

Página publicada em dezembro de 2009


 

 

 

 

 
 
 
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