ZACARIAS MARTINS

Zacarias Gomes Martins, poeta e jornalista, nasceu em Belém do Pará em 1957 e reside em Gurupi, TO desde 1983. É membro fundador da Academia Tocantinense de Letras e do Conselho Municipal de Cultura.

Livros de poesia: Transas do Coração (1978), O poeta de Belém (1979), Poetar (1980), O Profeta da felicidade (1984), Vox Versus (1986) e Pinga-fogo (2004). Participou de várias antologias.

 Blog: www.zacapoeta.zip.net

POLIVALENTE

Conserto quase tudo

mesmo que às vezes

possa provocar

alguns estragos.

Fazer o quê?

Ninguém é perfeito!

SORRISO ENIGMÁTICO

À noite,

ficava horas a fio

com aquele sorriso maroto,

mergulhada em seus pensamentos.

Jamais se conformou por ser apenas

uma dentadura num copo d´água!

SONHÓDROMO

Não me impeçam de viver o meu sonho.

Também tenho o direito de sonhar,

mesmo que às vezes,

isso incomode muita gente

por causa do barulho.

TÁ CERTO, TÁ CERTO...

É curioso

quando certas pessoas

conseguem a proeza

de terem razão

mesmo quando estão erradas.

SÍNDROME DE CELEBRIDADE

...E de repente descobri

que sou um homem de palco

e não de platéia.

VII ANUÁRIO DA POESIA PARAENSE.  Airton Souza organizador.  Belém: Arca Editora, 2021.  221 p.  ISBN 978-65-990875-5-4    
                                                                     Ex. bibl.  Antonio Miranda

A procura

Procuro um lenço para enxugar as lágrimas do meu coração
        Ninguém me empresta.

Procuro a saudade e encontro muita gente querendo assiná-la.

Procuro o passado,
        mas o presente me prende ao futuro.

Procuro a felicidade.
        Esconderam-na para somente mostra-la em ocasiões especiais.

Procuro o grito.
        Está abafado!

Procuro a verdadeira liberdade
        e a encontro aprisionada a pseudomoralismos.

Procuro o calor humano
        e o encontro “numa fria”.

Procuro a política
        e encontro partidos partidos.

Procuro a poesia e encontro o desabafo.

Resolvi então me procurar e chego à conclusão
        de que simplesmente estou perdido,
        já que não consigo me achar.

Prisioneiro do fumo

Ele pode não saber...
       Mas está numa prisão.
       Busca no fumo um prazer
       Que leva à desilusão!

Pelo vício aprisionado
       O fumante, sem saída.
       Será um pobre coitado
       Dando fim à própria vida.

Quer livrar-se da prisão
       Que o fumo se transformou?
       Escute a voz da razão
       Que nuca escutou.

Procure a vida saudável;
       Busque sempre o certo rumo;
       Seja em si mais agradável,
       Ficando longe... de mim ou de fumo!

*

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Página publicada em março de 2022