SYMPHRONIO Mauricio de Azevedo CARDOSO
Nasceu na cidade da Estancia, Estado de Sergipe, a 19 de outubro de 1850. Professor publico num grupo escolar de S. João Nepomuceno, Minas. Cursou o 2° anno theologico no « Grand Séminaire d''Angers », em França. Tendo deixado por incommódos physicos, o Seminario, regressou à Patria e abraçou o magistério. Em 1889 foi professor
supplementar da cadeira de francez no Internato Pedro II. Jornalista e poeta.
BIBLIOG. — Indianas, 1879; Louros Esparsos, ¡890; Carlos e Alice, 1904 ; Elegias, 1910 ; Sonhos e Goivos, no prelo.
ALMA BRANCA
Da vaga na subtil phosphorecencia
Anda urna alma de luz penando, à noite ;
Do rijo vento ao tenebroso acoite,
Abrindo ao mar extranha florescencia.
Não sei si cumpre alguma penitencia,
Sem ter, como o mendigo, onde se açoite ;
Aos astros — colossal vaga se açoite —
Eil-a tambem na doida effervescencia.
Quando se acalma o vento, ella se acalma ;
Quando serena o mar, ella serena,
E, como a garça branca, além se espalma...
Porque vaga na espuma ? porque pena ?
Meu Deus ! de quem será, no mar, est´alma
Branca, entre a terra e o céu, branca açucena ?
Extraído de SONETOS BRASILEIROS Século XVII – XX. Colletanea organisada por Laudelino Freire. Rio de Janeiro: F. Briguiet & Cie., 1913
Página publicada em junho de 2009
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